91% disseram que acreditam que a cidade é pouco ou nada segura.
56% gostariam de mudar da cidade por causa da violência.
Renata Ribeiro
São Paulo, SP
Embora São Paulo ostente um dos menores índices de homicídios do país, a população da maior cidade brasileira tem uma das piores percepções da situação de segurança, afirma pesquisa.
O carro ficou a 200 metros de casa. Priscila Machado Simão, de 33 anos, voltava de um jantar com uma amiga quando foi assassinada com um tiro na cabeça. A polícia acredita que era uma tentativa de assalto.
O noivo está revoltado. “Vai continuar tudo do mesmo jeito, morreu uma menina grávida esses dias, hoje foi ela, deixou uma filha de 14 anos, e amanhã vai ser outro, vai continuar. Vai ser sempre assim”, afirma.
A sensação da insegurança nunca foi tão grande em São Paulo, indica uma pesquisa feita no ano passado. 91% dos entrevistados disseram que acreditam que a cidade é pouco ou nada segura. Para a maioria, o que assusta é a violência em geral.
O levantamento foi feito pelo Ibope e pela rede Nossa São Paulo, composta por organizações da sociedade civil. O resultado mostra que 63% dos entrevistados têm medo de assalto e roubo, e 41% evitam até sair de casa à noite. 56% dos entrevistados da pesquisa gostariam de mudar de cidade por causa da violência.
“Essa sensação tem crescido, de insegurança. As pessoas têm medo de viver na cidade de São Paulo, elas não confiam no poder público. Então, a polícia que deveria proteger o cidadão, que deveria oferecer segurança, não é confiável para a grande maioria da população”, diz Oded Grajew, coordenador geral da rede Nossa São Paulo.
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo diz que “sempre trabalha, por meio de suas polícias Civil e Militar, para reverter a sensação de insegurança apontada pela pesquisa”.
Afirma também que “no entanto, não pode comentar o levantamento em razão de desconhecer a metodologia utilizada”. Destaca ainda que o índice de homicídios da cidade é um dos menores do país.