“Carro individual é um modelo falido, declara secretário” – Mobilize

Para secretário de transportes e mobilidade urbana do Ministério das Cidades, é urgente o apoio a sistemas de transporte público, preferencialmente os sobre trilhos

Autor: Edilson Pereira
Fonte: Paraná Online

Para Julio Eduardo dos Santos, secretário nacional de Transportes e Mobilidade Urbana do Ministério das Cidades, a época do carro individual como meio transporte urbano chegou ao fim.
 
Entrevistado pela reportagem do site Paraná Online, ele disse achar necessária a adoção com urgência de apoio aos sistemas de transporte público urbano, preferencialmente os sobre trilhos.
 
“O crescimento desordenado dos centros urbanos trouxe consigo uma série de problemas e talvez o mais preocupantes da atualidade é o da mobilidade urbana”, analisa.
 
Ônibus urbano já não resolve mais excesso de carros
Santos diz que “não há dúvida” que não tem mais espaço para que, “literalmente, cada cidadão ocupe as vias com o seu transporte motorizado individual”. Ele faz um alerta: “É preciso rever urgentemente essa cultura de favorecimento do individual em detrimento do coletivo, nessa e em outras esferas”.
 
Além de se constituir em um problema para a mobilidade urbana, o carro individual traz outro grave problema: “Outra questão extremamente preocupante vinculada ao uso do transporte individual está relacionada ao volume de emissão de poluentes”.  Ou seja: nas cidades em que o carro individual prevalece sobre o uso do transporte coletivo ou do transporte não motorizado, o índice de poluição per capita é muito maior.
 
O quadro é tão grave que é de se prever que estão contados os dias de hegemonia – pelo menos de facilidades – para o carro como meio transporte urbano individual. O que já acontece em Londres e Nova York, com áreas de estacionamentos caríssimos. Esta é uma alternativa que Santos acha aplicável em “algumas cidades ou algumas situações das cidades brasileiras”.
 
Mas, por enquanto, não seria algo a se generalizar. Outra alternativa em estudo é o pedágio urbano. No entanto, ele admite que “é importante ressaltar que a implantação de medidas restritivas, por sua própria natureza, requer serem muito bem estudadas e debatidas não só pelos técnicos e instituições responsáveis por sua implantação, mas também pela sociedade civil”.

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