Secretaria de Direitos Humanos de SP pede sugestões para participação popular pela internet

Objetivando criar mecanismos de comunicação aberta e permanente com a sociedade, a Secretaria de Direitos Humanos do município de São Paulo realizou na sexta-feira (1º), dentro da Campus Party, no Parque do Anhembi, a audiência "Cidadania em Rede", com a participação de representantes de entidades e cidadãos, especialmente campuseiros. Os debatedores Daniela Silva (Transparência Hacker), Leonardo Sakamoto (Repóter Brasil e Blogo do Sakamoto) e Luana Behringer (Casa dos Meninos) nortearam a discussão.
Para o secretário Rogério Sotilli, "a cidade discute direitos humanos em vários aspectos, como andar na rua sem sofrer preconceito, ter acesso à educação, ao esporte e ao lazer, mas a discussão está dispersa". Por isso, segundo ele, deve haver formas de a gestão municipal canalizar essas discussões da sociedade para ouvi-las e, com base nelas, criar suas políticas. "Se a informação está aberta, ao alcance de todos, é mais fácil não só a sociedade propor políticas públicas, como cobrar suas execuções."
Na avaliação de Daniela Silva, do Transparência Hacker – comunidade que congrega mais de mil pessoas em torno do tema políticas públicas -, mais do que números e dados ao alcance do cidadão, é preciso que haja transparência na forma de agir dos gestores, com compartilhamento de ideias e participação efetiva da sociedade.
Leonardo Sakamoto disse que, antes de qualquer coisa, é preciso acabar com os guetos existentes na cidade de São Paulo. Para ele, pessoas se fecham em guetos porque não são aceitas pela sociedade em geral, a qual vê nisso uma situação confortável, com um certo sentimento de "cada um no seu lugar". "A cidade de São Paulo é homofóbica, é racista, intolerante no trânsito, machista, contra os que têm religião e contra os que não têm. Aí chega o 25 de janeiro (aniversário de São Paulo) e todo mundo fala de coisas boas na cidade. Ela é feita de coisas boas, mas também dessas coisas ruins", desabafou o blogueiro.
O evento contou com uma participação grande de pessoas, acomodadas em frente ao palco principal da Campus Party. Elas explicitaram suas opiniões, dando sugestões ao secretário Sotilli de como é possível propagar os direitos humanos na rede. O debate continua agora no Twitter. Sugestões podem ser dadas contendo as hashtags #psocialdigital e #cidadaniaemrede. 
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