Na capital colombiana, mais de metade da população usa bicicleta para se locomover pela cidade, que viu sua poluição atmosférica despencar desde que se tornou mais ecológica
Vista do topo de seu mirante mais célebre, o Cerro de Montserrate, Bogotá já se mostra uma cidade que funciona. Planejada, com poucos edifícios altos e uma concentração razoável de áreas verdes. Mas é descendo os 3.152 metros do pico e vivenciando a metrópole colombiana que essa percepção se confirma de fato. Aos domingos, a grande avenida Novena, uma das vias arteriais que cortam a cidade, é fechada e se torna uma larga ciclovia, que recebe atletas, esportistas de fim de semana, pedestres, famílias e abre espaço para barraquinhas de iguarias criollas, como choclo (milho) assado e tamales (tortilhas de milho). O mesmo acontece em outras regiões da cidade, o que cria uma rede de alternativas de esporte, lazer, cultura e apropriação do espaço urbano pelos cidadãos da capital colombiana.
Entre uma pedalada e outra, eles podem parar numa das bibliotecas integrantes da BiblioRed para conferir exposições de arte ou fotografia, entre muitas outras atividades. Sim, porque, em Bogotá, as bibliotecas são muito mais do que locais de leitura. O passeio pode se estender pelas ruas de paralelepípedos de La Candelaria, o centro histórico de Bogotá, onde convivem o moderno e o antigo, com seus bares, restaurantes, sebos, lojas de artesanato, museus, casas preservadas do período colonial espanhol e os edifícios públicos mais importantes do país, como a Casa de Nariño, residência oficial do presidente da República e sede do governo federal. E terminar com um autêntico café colombiano. Mas o melhor de Bogotá é perceber que todo esse dinamismo e cuidado com os cidadãos não se restringe aos fins de semana e feriados. Na realidade, é na hora do rush de um dia útil que se vê que a cidade continua sustentável. Um dos grandes responsáveis por essa sensação é o sistema de transporte, o Transmilenio, formado por ônibus rápidos que circulam em corredores exclusivos e se integram às ciclovias. Também há restrições à circulação de carros particulares no centro antigo. A elogiada política de sustentabilidade de Bogotá se baseia, principalmente, nessa tríade: iniciativas inovadoras de mobilidade urbana, cultura e lazer. Mas essas conquistas são resultado de um longo processo.
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