Segundo ele, dos 1.656 leitos operados pelo município, 233 estão ociosos –30 deles em UTIs pediátricas, que são investigados pelo Ministério Público devido a falta de uso.
Os dados são dos dez hospitais da rede administrados diretamente pela prefeitura e excluem os seis geridos por OSs (Organizações Sociais).
"Hoje, temos quase um hospital inteiro, de 250 leitos, sem operar na cidade", afirmou.
A gestão anterior não contesta esse número, mas afirma que ampliou a quantidade de médicos.
A crítica é mais uma entre as muitas que Fernando Haddad (PT) e seus assessores diretos têm feito à gestão anterior, de Gilberto Kassab (PSD).
Segundo o secretário, a ociosidade dos leitos é reflexo da falta de médicos na rede –atualmente, segundo ele, apenas 41% dos cargos estão preenchidos.
Das 4.400 vagas disponíveis, 2.600 estão livres, afirma Filippi Junior.
"O salário base de um médico da prefeitura é de R$ 2.500 para 20 horas por semana. Um plantonista de 12h em uma OS ganha R$ 1.300. O salário está defasado", diz.
As OSs podem escolher o salário que pretendem pagar.
Ele afirma que uma das prioridades da gestão Haddad será construir um plano de carreira para médicos.
O secretário também afirmou que, em dois meses, o número de pessoas que aguardam na fila de espera para consultas, exames e cirurgias na rede aumentou 21%.
No mês passado, a Folha publicou dados inéditos mostrando 660.840 pedidos na fila de espera em outubro de 2012. Em dezembro, segundo a prefeitura, o número saltou para mais de 800 mil.
Ontem, Filippi Júnior creditou parte dessa fila ao absenteísmo (falta dos pacientes às consultas) e disse que a gestão Haddad passou a ligar para todas as pessoas agendadas e verificar se elas ainda compareceriam.
As ligações começaram a ser feitas há uma semana e chegam a 11 mil por dia.
Outra solução para o problema, segundo ele, será a implementação da Rede Hora Certa, principal promessa de Haddad na campanha.
A rede será composta por ambulatórios capazes de fazer também exames complementares e pequenas cirurgias, dispensando a necessidade de marcar os procedimentos posteriormente.
Ele afirma que até agosto cinco dessas unidades serão implementadas.
A secretaria, no entanto, falou que não seria possível informar qual será o custo disso e nem de onde sairá o dinheiro, já que ele não está previsto na dotação orçamentária aprovada na Câmara.
Ela afirmou que está fazendo a avaliação dos custos no momento para depois deslocar a verba de outro projeto.
Gestão kassab