Fonte: Portal da Câmara Municipal de São Paulo
Segundo o vereador Nabil Bonduki (PT), a qualidade do ar na cidade de São Paulo piorou entre 2008 e 2011, período no qual foi implantada a inspeção veicular. O parlamentar se baseou em dados da ONG Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA) para questionar o destaque dado para o mecanismo nos últimos tempos.
“A questão de fundo não é a inspeção veicular. A questão de fundo é como vamos enfrentar a poluição atmosférica ocasionada por veículos na cidade. A inspeção veicular é apenas um dos instrumentos para enfrentar o problema de fundo”, afirmou o parlamentar durante a sessão desta quarta-feira (27) da Câmara Municipal.
De acordo com o IEMA, a concentração de partículas em suspensão na Região Metropolitana diminuiu entre 2000 e 2009, caindo de 180 para 100 unidades por metro cúbico. Já entre 2009 e 2011 há uma piora do mesmo indicador. A concentração de ozônio troposférico também aumentou. Em 2008, foram registradas 150 ocorrências que ultrapassaram os padrões nacionais de qualidade do ar. Em 2011, esse número subiu para 350.
Mário Covas Neto (PSDB) questionou a lógica de Bonduki durante a sessão plenária desta quarta. “Na verdade, a inspeção veicular não objetiva melhorar a qualidade do ar, ela objetiva evitar que se piore a qualidade do ar”, disse o vereador.
Floriano Pesaro (PSDB) também rebateu o petista, questionando o projeto do Executivo que reembolsará os donos de veículos que passarem na inspeção. “Ou seja, quem anda de ônibus ou quem anda a pé vai pagar para aqueles que andam de carro. É isso que está no projeto de lei. Então não vai acabar com a taxa. Vai reembolsar o motorista com o dinheiro da educação, da saúde”, questionou o tucano.
Para Paulo Fiorillo (PT), o argumento de Pesaro contradiz suas próprias posições em votações anteriores. “Os artigos que fazem referência a quem tem direito [ao reembolso] não estão nessa lei, estão na lei que o senhor votou, na anterior”, afirmou.
PARTIDARIZAÇÃO
Ricardo Young (PPS) interferiu para pedir que a discussão não seja partidarizada, restrita a “picuinhas” entre PT e PSDB. “Não é verdade que o prefeito Fernando Haddad é contra a inspeção, pois foi capaz de rever o projeto e melhorá-lo. Nem é verdade que a inspeção não tem falhas, precisamos aperfeiçoá-la para atender aos interesses da população.”
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