Márcio Alves, do Metro São Paulo noticias@band.com.br
Estudo realizado por técnicos da SPTrans, empresa que gerencia o sistema de transporte público da capital paulista, propõe o resgate do sistema de bondes, que operou na cidade entre 1871 (tração animal) até a década 1960. O estudo também sugere ampliar a rede de trólebus – atualmente, dos 15 mil ônibus em circulação em São Paulo, apenas 109 são trólebus (1,2%), espalhados em 10 linhas. Já a última linha de bonde foi desativada em março de 1968.
De acordo com o documento, a volta dos bondes é a melhor alternativa para reduzir as emissões de poluentes, uma vez que o sistema é alimentado pela rede elétrica. Na Rio+20, São Paulo se comprometeu a reduzir em 45% as emissões de gás carbônico até 2030.
Os técnicos afirmam que, como o Brasil possui uma matriz energética composta por 87% de fontes renováveis, o uso desse estoque deveria ser incentivado. Além disso, há linhas de transmissão suficientes para garantir o bom funcionamento do sistema.
A volta dos bondes e a expansão dos trólebus trariam outra vantagem. De acordo com a SPTrans, a vida útil de um trólebus é três vezes maior do que a de um ônibus comum.
A previsão da prefeitura no ano passado para investimentos em trólebus era de R$ 10,8 milhões, mas apenas R$ 2,8 milhões foram efetivamente investidos. O restante do dinheiro está parado no Fundo de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, aguardando a aprovação de projetos para a expansão dos trólebus.
Viabilidade
Especialistas em transportes apontam que o retorno dos bondes depende da decisão da prefeitura de priorizar o transporte coletivo em detrimento do individual. O modelo, hoje, pode ser adotado com um sistema auto-suficiente de energia, sem a necessidade de uma rede aérea.
Com isso, é possível colocá-lo em operação em linhas no centro expandido, servindo como alternativa para viagens de curta distância e desafogando o metrô nessa região.