ADRIANA FERRAZ – O Estado de S.Paulo
A empresária Viviane Senna, o rapper Mano Brown, o dramaturgo José Celso Martinez Corrêa, o ex-jogador Raí, o cardeal d. Odilo Scherer, a ministra Marta Suplicy. A lista está quase pronta. Até o fim do mês, o prefeito Fernando Haddad (PT) deve anunciar os nomes que vão compor o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) da cidade. As personalidades escolhidas serão convidadas nas próximas semanas.
Promessa de campanha, a formação do grupo segue modelo criado por Lula em 2003. Assim como o ex-presidente fez em Brasília logo no primeiro ano de seu mandato, Haddad planeja manter em São Paulo um grupo de "consultores" capaz de propor e avaliar propostas nas mais variadas áreas. O trabalho é voluntário, sem previsão de pagamento de salário ou jetom.
Segundo lei federal que criou o CDES, os integrantes serão representantes da sociedade civil que têm como função assessorar o gestor público. Na prática, os conselheiros serão convidados a opinar sobre os projetos da gestão e elaborar propostas que estejam em sintonia com a diretriz de governo apresentada durante a campanha eleitoral.
O conselho municipal vai se reunir quatro vezes por ano sob o comando de Haddad. Além de personalidades, terá presidentes de entidades sociais, de movimentos populares e sindicatos, reitores de universidades públicas e particulares, empresários, comandantes de associações comerciais, da indústria e dos bancos, além líderes religiosos e políticos. Na lista, há também um nome da oposição – o do senador Aloysio Nunes (PSDB).
Para otimizar a pauta de trabalho, o conselho vai ser dividido em grupos temáticos para discutir, por exemplo, ações direcionadas à saúde, educação e aos transportes, por exemplo. Esses representantes serão responsáveis por reunir as propostas de suas áreas e levar às reuniões com o prefeito, que terão caráter de sessões plenárias, ou seja, com poder decisório.
Teste. Convidados especiais e secretários municipais devem compor as plenárias esporadicamente, segundo o tema abordado. Além de cumprir promessa de campanha, a instalação do CDES tem por finalidade "testar" a sociedade sobre projetos considerados prioritários por Haddad, como o Arco do Futuro – que visa a descentralizar o desenvolvimento da cidade – e a elaboração do novo Plano Diretor.
Coordenador-geral da Rede Nossa São Paulo, Oded Grajew, de 68 anos, é um dos escolhidos. O empresário fará parte de um grupo que terá ainda os representantes do Instituto Ethos, SOS Mata Atlântica, Instituto Socioambiental, Movimento Todos pela Educação e Instituto Pólis. As entidades ainda ajudarão a fiscalizar o plano de metas da gestão Haddad, que deverá ser definido até o fim deste mês.
O conselho deve ter também a presença da primeira-dama, Ana Estela Haddad, e de Lula, que mesmo informalmente deve opinar sobre projetos de Haddad.