Com metade do número de ações da gestão anterior, programa permite que a população acompanhe se as promessas são cumpridas
ADRIANA FERRAZ
O plano de metas do prefeito Fernando Haddad (PT) será mais enxuto que o apresentado por seu antecessor. O objetivo do petista é cumprir cerca de 100 metas nos próximos quatro anos – menos da metade do programa de Gilberto Kassab (PSD), formulado com 223 compromissos. A ordem dada às secretarias é priorizar ações concretas, possíveis de serem colocadas em prática até 2016. A apresentação oficial será feita na última semana deste mês.
A coordenação do programa foi dada à Secretaria Municipal de Planejamento, Orçamento e Gestão, responsável por fazer a triagem das propostas enviadas pelas demais pastas.
O trabalho começou com 300 ideias. Atualmente, já são 139, mas o objetivo é reduzir ainda mais. Haddad não quer exageros para evitar desgate no fim de seu mandato, assim como ocorreu com Kassab, duramente criticado por só cumprir 55,1% de seu plano de metas.
É a segunda vez que um prefeito de São Paulo será obrigado a informar a população o que pretende fazer durante os quatro anos de seu governo. O programa é uma exigência legal, criada em 2008 por meio de uma emenda à Lei Orgânica do Município apresentada pela Rede Nossa São Paulo e outras 570 entidades da sociedade civil.
Promessas. De acordo com a lei, o plano tem de contemplar as promessas de campanha feitas e ser discutido com a população em audiências públicas. A expectativa é de que os encontros sejam temáticos e ocorram em todas as 31 subprefeituras de São Paulo. A isenção da taxa da inspeção veicular, a criação do bilhete único mensal, dos 150 km de corredores de ônibus e da Rede Hora Certa, por exemplo, consumirão parte da pauta de debates.
O plano de Haddad não deve conter muitas surpresas nem metas burocráticas que envolvam ações de interesse apenas dos gestores públicos.
O prefeito quer dar prioridade à execução dos projetos que considera essencial para "colocar a cidade no rumo", como a implementação do Arco do Futuro, iniciativa que visa a decentralizar o desenvolvimento da cidade, levando empregos e moradias para a periferia de São Paulo.
Bairros. Com nova metodologia, o plano de metas da gestão Haddad promete detalhar as propostas por território – demanda pleiteada pela sociedade civil, mas não atendida pelo governo anterior. O objetivo é chegar ao nível do bairro, da forma mais didática possível, com explicações sobre como foram feitas as escolhas das metas e as suas consequências a longo prazo.
Na semana passada, representantes da Rede Nossa São Paulo reuniram-se com funcionários da Prefeitura para conhecer o novo modelo de divulgação.
"A grande preocupação é que o plano de metas seja compreensível para a população", afirmou ontem o coordenador-geral da secretaria executiva da entidade, Maurício Broinizi.