POR JENIFER CORREA
Abaixo-assinado eletrônico busca apoio para inclusão de hortas comunitárias e composteiras em bairros e prédios públicos de São Paulo.
Uma horta comunitária em cada bairro da cidade de São Paulo. Nas escolas municipais, parques e postos de saúde, além da horta, um sistema próprio de compostagem. Esse é o pedido que um coletivo de agricultores urbanos quer fazer ao prefeito Fernando Haddad, que apresentará até o dia 31 de março a primeira versão do Plano de Metas para a gestão da cidade de São Paulo nos próximos quatro anos.
Para isso, criaram um abaixo-assinado em uma plataforma eletrônica, solicitando a inclusão dessas iniciativas entre as prioridades do governo paulistano. O público pode apoiar a causa virtualmente: basta inscrever-se no site Change.org e aderir ao abaixo-assinado. A causa já conta com mais de 700 apoiadores e a meta é chegar aos 1000.
Os autores do pedido usam a própria experiência como fundamentação do pedido à prefeitura. Entre os benefícios das hortas urbanas para São Paulo, eles citam: fortalecimento da comunidade, alternativa de lazer saudável e barato e aumento da quantidade e qualidade das áreas verdes na cidade.
Há cerca de dois anos, o coletivo mobiliza-se pelo Facebook para organizar atividades espontâneas de agricultura em vários pontos da cidade e uma delas, inclusive, ganhou espaço na mídia recentemente. Foi a Horta do Ciclista, criada no final do ano passado em pleno cruzamento da Avenida Paulista com a Consolação. Relembre aqui o que rolou.
Duas outras ações do grupo são a Horta das Corujas na Vila Beatriz e dos picnics de trocas de sementes e mudas, que acontecem a cada três meses no Parque da Luz. “Além de ser uma rede de apoio para quem gosta de cultivar alimentos, os Hortelões Urbanos pretendem inspirar comunidades para o plantio coletivo e voluntário de plantas comestíveis na cidade”, explica a jornalista Claudia Visoni, uma das criadoras da página do movimento no Facebook, que hoje conta com mais de 2.600 membros.
“O processo de encher as cidades de concreto tem uma inércia grande. São muitas cadeias produtivas envolvidas e um paradigma de desenvolvimento instaurado. Vejo a agricultura urbana como uma atividade divertida e que ajuda a me reconectar comigo mesmo e com a natureza. Numa cidade como São Paulo essa conexão é difícil de achar, mas é muito necessária”, avalia Ariel Kogan, um dos participantes do grupo.