Prefeito deverá levar pacote com 100 metas à Câmara de SP nesta quarta.
Vereador do PPS dá nota 7 e diz que plano deixa a desejar e tem avanços.
Roney Domingos
Do G1 São Paulo
Vereadores paulistanos que fazem oposição ao prefeito Fernando Haddad (PT) ou que se declaram independentes da base governista fizeram críticas na terça-feira ao plano de metas apresentado terça-feira (26) pelo petista.
O líder do PSDB, Floriano Pesaro, afirma que o plano de metas é impossível de ser concretizado. Para o Gilberto Natalini (PV), o Arco do Futuro, um dos principais pontos do plano de metas, é "sonhático". Para Ricardo Young (PPS), o plano deixa a desejar, mas tem avanços.
Ligado ao ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD), Police Neto afirma que Haddad leva vantagem sobre o antecessor, primeiro a ter a gestão avaliada pelo plano de metas. Haddad planeja ir à Câmara Municipal de São Paulo nesta quarta (26) para apresentar o programa de metas.
Pesaro afirmou nesta terça-feira que o programa de metas foi feito para acompanhar o programa de governo apresentado no programa eleitoral de Haddad, mas é "inexequível". Ele afirma que, nas áreas de saúde e assistência social, por exemplo, não prevê a contratação de profissionais necessários para ocupar novos equipamentos previstos.
“Na área de assistência social, a proposta é inexequível, porque em nenhum momento propõe a concursos públicos para assegurar o número de pessoas que novas unidades vão exigir. O mesmo ocorre na área da saúde. O prefeito não deixa claro se as ampliações vão ocorrer por meio de organizações sociais ou por meio de concurso público”, disse.
Para o vereador Gilberto Natalini (PV), Haddad terá dificuldade de cumprir o plano de metas. "Posso dar um exemplo do Arco do Futuro, que para mim é um projeto, para dizer de forma mais descontraída, absolutamente ‘sonhático’. É um projeto eleitoral que não tem condições de ser realizado em São Paulo", afirmou.
Para o vereador José Police Neto (PSD), ex-presidente da Câmara e um dos principais aliados do ex-prefeito Gilberto Kassab, é preocupante o fato de os conselheiros de metas eleitos em 2012 não terem acompanhado o processo.
Police afirma também que Haddad já é beneficiado em relação ao antecessor por não ter sido o primeiro a passar pela avaliação do plano de metas. Ele observa que o plano de metas de Haddad, assim como o de Kassab, aponta para a necessidade de criação de vagas em creches. E afirma que Haddad acerta ao chamar à responsabilidade os governos federal e estadual.
Para o vereador Ricardo Young (PPS), Haddad foi mais cuidadoso do que Kassab porque estabeleceu um número menor de metas. O petista apresentou 100 contra 223 da Kassab. A metas de Haddad foram articuladas em três eixos e consideraram a questão da territorialidade. “Me pareceu um trabalho de planejamento mais bem feito", afirmou.
Young, no entanto, critica a falta de aderência do plano de metas de Haddad à plataforma Cidades Sustentáveis, assinada pelo candidato.
Segundo ele, o eixo principal do plano de metas repete a preocupação do governo federal de combater a pobreza e promover a inserção social. Segundo Young, o segundo grande eixo do plano de metas é o Arco do Futuro que, segundo o vereador, parece querer dispensar a discussão do plano diretor, cuja revisão deverá ocorrer neste ano. Ainda segundo Young, o programa de metas é pouco ousado em relação a questões ambientais e qualidade de vida. “A minha nota é um sete. Deixa a desejar, mas tem avanços”, afirmou.