Vereadores de oposição questionam recursos para cumprir Plano de Metas

Críticas foram feitas logo após Haddad apresentar o programa na Câmara Municipal de São Paulo. Prefeito e base aliada argumentam que parcerias e renegociação da divida viabilizarão plano, de R$ 22 bilhões

Airton Goes airton@isps.org.br


“Estão contando com o que não existe, é igual vender terreno na Lua.” Assim o vereador Floriano Pesaro, líder do PSDB na Câmara Municipal de São Paulo, reagiu à possibilidade de a Prefeitura conseguir os recursos necessários para que o Programa de Metas 2013/2016 seja cumprido integralmente.

A crítica da oposição foi feita logo após o prefeito, Fernando Haddad, apresentar o Plano de Metas no Legislativo paulistano, nesta quarta-feira (27/3). Segundo o prefeito, 20% do valor previsto para realizar o plano, “pouco mais de R$ 22 bilhões”, virá da renegociação da dívida da Prefeitura com a União. “Estamos também prevendo parcerias com os governos federal e estadual, para conseguir mais recursos”, complementou Haddad.

Para ele, a elevação da capacidade de investimento do município para cerca de R$ 6 bilhões ao ano não deve assustar ninguém. “Vamos apenas igualar São Paulo ao patamar do Rio de Janeiro, em termos de investimento per capita”, argumentou.

A possibilidade de a cidade dobrar os recursos para investimentos é questionada pelos vereadores de oposição ao prefeito. Além de considerar a previsão de investimentos irrealista, Floriano Pesaro diz que Plano de Metas não contempla o que foi prometido na campanha eleitoral. “Há um evidente enxugamento das promessas”, atacou.

Já o vereador Orlando Silva, líder do PCdoB e vice-líder do governo municipal na Câmara, garantiu que a obtenção dos recursos necessários para a execução do programa é perfeitamente possível. “Na medida em que a Prefeitura se alia aos projetos do governo federal e se credencia a recebê-los, certamente esses valores virão”, afirmou.   

Na avaliação de Silva, o baixo investimento realizado pela gestão anterior, do ex-prefeito Gilberto Kassab, deve ser debitado à omissão. “O prefeito anterior não buscou parcerias junto ao governo federal”, rebateu.

Em relação à dívida do município junto ao governo federal, o parlamentar do PCdoB disse acreditar que a renegociação é inevitável. “Hoje São Paulo enxuga gelo nesta questão e esse ajuste é necessário”, defendeu.

Ricardo Young, parlamentar do PPS, pontuou alguns pontos que considera positivo do Programa de Metas: “O plano veio mais bem elaborado do que o anterior [de Kassab], procurou se ater às promessas de campanha e possui metas realizáveis”.

Ele, entretanto, entende que o prefeito precisa dialogar mais com a Câmara Municipal. “A pressa e o açodamento com que os projetos do Executivo são apresentados e votados aqui nesta Casa, contrariam a disposição de diálogo e transparência que o governo municipal diz ter”, lamenta Young, citando como exemplo a rapidez com que a base governista aprovou a mudança na inspeção veicular. 

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