Da Assessoria de Imprensa do 2º Encontro dos Municípios com o Desenvolvimento Sustentável
Como incentivar o desenvolvimento local e regional sustentável? Esta pergunta foi amplamente debatida durante o II Encontro dos Municípios com o Desenvolvimento Sustentável – Desafios dos novos governantes locais (II EMDS), realizado no Centro de Eventos do Brasil 21, em Brasília. Os participantes da sala temática garantiram que os governos municipais podem fazer a diferença, sempre analisando as vocações dos territórios.
Durante o debate "Os Desafios do Desenvolvimento Local Sustentável: Democratização e Transversalidade das Políticas Públicas", os prefeitos cobraram investimentos em tecnologias sociais para fortalecer os circuitos de produção, comercialização e consumo. Para eles é preciso fortalecer as cadeias e arranjos produtivos, promovendo as agriculturas urbana e familiar, a economia solidária e o turismo sustentável.
Paul Singer, secretário Nacional de Economia Solidária do Ministério do Trabalho, foi o primeiro palestrante a falar. Para ele, é necessário ampliar a organização social da economia de forma igualitária e democrática. Os municípios precisam começar o desenvolvimento dentro da própria comunidade. "Não há uma receita fácil de aplicar. O primeiro passo é mobilizar a população de que tudo vai mudar com a presença dela. É a ação combinada dos governos com a sociedade civil. Não é uma operação de cima pra baixo", explicou.
Singer acredita que os municípios devem se consorciar para que juntos possam se apoiar mutuamente, criando possibilidades de desenvolvimento.
A coordenadora da Rede de Gestores de Políticas Públicas de Economia Solidária, Sandra Faé Praxedes, concorda com Singer e complementa: "a gente também precisa de desenvolvimento de tecnologia para que se possa potencializar as ações e recursos dos territórios".
Já Ieva Lazareviciute, analista do Programa das Nações Unidas (Pnud ) defende que o desenvolvimento local vem com o desenvolvimento humano, como saúde, acesso à informação e à renda. Ainda nessa linha, Raissa Teixeira, também analista do Pnud,disse que em junho será lançado o Atlas com o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal com plataforma online para que os prefeitos saibam a satisfação de suas comunidades e possam investir em melhorias.
Para Rayne Ferretti, da ONU – Hábitat, programa que traballha com assentamentos urbanos, o desenvolvimento passa por uma mudança de paradigma das cidades. No Brasil, quase 50 por cento moram em cidades com menos de 500 mil habitantes. E, portanto, os desafios passam por problemas demográficos, ambientais,econômicos e governança. "É preciso recriar a cidade do século 21. Essa cidade talvez aí não exista pelo mundo. Pra conseguir isso, é necessário mudar o planejamento , a economia e a legislação urbana."