Critérios para avaliar a qualidade do ar ficam mais rígidos em São Paulo

Novos padrões ainda estão abaixo dos previstos pela OMS, mas representam avanço. Em 2010, a Rede Nossa São Paulo liderou abaixo-assinado solicitando à Cetesb que adotasse classificações mais rígidas

Uma notícia importante para a saúde de todos os paulistas foi anunciada nesta quarta-feira (24). Decreto publicado pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) torna os padrões da qualidade do ar mais rígidos em no Estado. O texto muda a concentração a partir da qual se considera que os poluentes passam a interferir na saúde das pessoas. A partir de agora, com os novos parâmetros, um dia considerado atualmente “regular” passará a ser classificado como “ruim”.


Apesar da mudança, os novos índices ainda estão muito abaixo dos previstos pela OMS (Organização Mundial de Saúde) e já adotados em países europeus e pelos Estados Unidos. Mas representam uma vitória para as cidades que sofrem com a poluição no Estado, principalmente a capital. No município de São Paulo, segundo dados da Faculdade de Medicina da USP, cerca de 4 mil pessoa morrem todos os anos devido a problemas de saúde provocados pela péssima qualidade do ar. 

São Paulo foi o primeiro Estado do mundo a discutir a adoção dos novos padrões, há cerca de três anos. E a Rede Nossa São Paulo (RNSP) teve participação incisiva nessa trajetória.  Entre outras ações, em setembro de 2010 liderou um abaixo-assinado que reuniu mais de 2 mil pessoas e foi entregue à Cetesb como parte das reivindicações em torno do Dia Mundial Sem Carro (22/9). No documento, a RNSP propunha que a Cetesb  adotasse “o quanto antes possível, os padrões da OMS para a classificação da qualidade do ar em São Paulo”.

Em maio de 2011, o Conselho Estadual de Meio Ambiente (Consema) aprovou, por unanimidade, o relatório interinstitucional que definiu novos parâmetros para medição da qualidade do ar. O documento vinha sendo preparado desde o ano anterior por representantes de diversas organizações públicas e da sociedade civil. A RNSP acompanhou a reunião do Consema à época e registrou a notícia aqui.

As medidas anunciadas em 2011 passam a valer agora, com o decreto que acaba de ser assinado pelo governador do Estado. 
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