Segundo Datafolha, paulistanos apoiam nova etapa da Lei Cidade Limpa
Abrigos são tidos como ótimo ou bom por 85%, mas apenas 15% dos entrevistados testaram a estrutura
DE SÃO PAULO
Pesquisa feita pelo Datafolha revela que metade dos paulistanos aprova a volta da publicidade nos novos abrigos de ônibus e relógios de rua da cidade de São Paulo.
Os anúncios publicitários reapareceram nas ruas da capital seis anos após a entrada em vigor da Lei Cidade Limpa, que foi implantada na gestão do ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD).
O instituto entrevistou 605 pessoas entre os dias 2 e 3 de abril. A margem de erro é de quatro pontos percentuais, para mais ou para menos.
Os dados mostram que 50% dos paulistanos aprovam a volta das propagandas no formato de pôster que ajuda a financiar a troca dos abrigos de ônibus e relógios.
Essa modalidade estava prevista desde o início da implantação da Cidade Limpa.
Segundo o Datafolha, 28% consideraram a medida regular 22%, ruim.
APROVAÇÃO
De acordo com Mauro Paulino, diretor-geral do Datafolha, o levantamento mostra que a propaganda nos atuais moldes foi bastante aprovada pelos paulistanos.
"A população deixa claro que não quer o retorno da antiga situação. A cidade como está agora agrada muito o paulistano."
Entre os entrevistados, 68% avaliaram favoravelmente a Cidade Limpa como um todo; 19% dos paulistanos a consideram regular e 13%, ruim.
O consórcio Otima –formado pelas empresas Odebrecht, Rede Bandeirantes, Kalitera Engenharia e APMR– deve gastar cerca de R$ 300 milhões para instalar os abrigos, pagando R$ 167 milhões à prefeitura pelo direito de explorar a publicidade nos espaços por 25 anos.
A SPObras, responsável pela implantação dos pontos, informou que até a tarde de ontem 231 abrigos já tinham sido instalados nas ruas, sendo 171 ainda incompletos
A previsão é de que todos os 6.500 abrigos sejam concluídos até fevereiro de 2016.
Os abrigos em si foram aprovados por 85% dos entrevistados pelo Datafolha, mas eles ainda são pouco conhecidos pelos paulistanos –apenas 37% já viram a estrutura e 15% a utilizaram.
SOL E CHUVA
Nas ruas, embora elogiem esteticamente, usuários ouvidos pela Folha reclamavam da falta de proteção contra chuva, vento e sol –o teto é de vidro em alguns modelos.
O consórcio responsável pelas obras diz que nem todos os abrigos têm cobertura de vidro, mas que o "vidro utilizado é temperado e tem proteção UV, que reduz a radiação solar". Serão instalados quatro modelos.
Para receber os primeiros abrigos, a empresa escolheu regiões consideradas mais nobres da capital –Itaim Bibi, Jardim Paulista e Perdizes, todas na zona oeste, e Moema, na zona sul.
Os bairros de Cambuci, Santa Cecília e Liberdade, todas na região central, também já têm o equipamento.
Os primeiros anúncios nos abrigos são de empresas de cerveja.
(JULIA BOARINI)