EDUARDO GERAQUE
DE SÃO PAULO
De todo o lixo gerado no Estado de São Paulo, 25% ainda é depositado em locais inadequados, como lixões e aterros que não respeitam todas as regras ambientais. Os dados são do relatório de empresas do setor divulgado nesta terça-feira (28) na capital.
O panorama anual dos resíduos sólidos, feito pelo Abrelpe (Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais), compila dados oficiais informados pelos próprios municípios, que são os responsáveis pela coleta e disposição adequada do lixo.
A cifra mostra que as cidades paulistas atingiram um limiar que está difícil de ser ultrapassado. O relatório é feito há dez anos, mas o índice está estável há pelo menos três anos.
"São Paulo é o melhor Estado do país. E houve muita melhora na última década, mas realmente é preciso fazer um esforço maior para esse número mudar", afirma Carlos Silva Filho, diretor executivo da Abrelpe.
De acordo com o executivo, o esforço concentrado deve ser mais focado nos pequenos municípios. "A questão do lixo não caminha sozinha. Em municípios maiores, muitas vezes, existe já uma preocupação com a questão da saúde pública também", diz.
Editoria de Arte/Folhapress
Dos 25% de resíduos sólidos que vai para locais insalubres, 9% disso (4.882 toneladas por dia) caem em lixões propriamente ditos. Mas, mesmo nesse item, Silva Filho faz uma ponderação.
Em todo Brasil, diz ele, 18% do que é produzido vai para lixões. No caso de São Paulo, "o índice é metade do número registrado no Brasil", diz.
O relatório divulgado agora em evento em São Paulo mostra, também, o poder econômico que a indústria de coleta, tratamento e varrição de resíduos sólidos propriamente dito (sem contar os restos de construção civil, por exemplo) tem.
"É um setor que movimenta R$ 7 bilhões no Estado", afirma Silva Filho.