Apresentado na última sexta-feira (7/6), a versão atualizada do Mapa da Desigualdade, elaborada pela Rede Nossa São Paulo, revelou que os distritos que compõem a subprefeitura de Pinheiros estão entre os que têm a melhor qualidade de vida na capital paulista. No levantamento feito pela organização em 2011, o distrito de Pinheiros aparece com o índice de óbitos por homicídio praticamente zerado. Outro dado que corrobora os padrões de vida na região foi constatado em 2010 no Itaim Bibi. O distrito concentra a maior porcentagem de pessoas empregadas em relação ao total da cidade.
Números como estes reforçam uma declaração dada ao VilaMundo pelo subprefeito de Pinheiros, Ângelo Filardo, em fevereiro de 2013: a de que Pinheiros possui problemas de países desenvolvidos. Tais características também expõem as profundas diferenças existentes em São Paulo, já que muitos distritos carecem de infraestrutura básica. É o caso de São Mateus, na zona leste, Marsilac, na zona sul, e tantos outros.
Acredita-se que uma das estratégias para diminuir esses contrastes seja a revisão do Plano Plano Diretor Estratégico (PDE), que vem sendo realizada em diferentes instâncias da municipalidade. O professor da Universidade Anhembi Morumbi, Caio Santo Amore, acredita que o Plano Diretor, em vigor desde 2002, está beneficiando somente o mercado imobiliário e não tem servido para diminuir as desigualdades sociais. “Há dois pontos chaves em relação à discussão do que deve ser o PDE: ele deve estabelecer claramente qual é o lugar dos pobres na cidade , que a cidade seja acessível a todos. Isso significa voltar os investimento para os lugares mais carentes de infraestrutura e também permitir que a população de menor renda viva nos locais que atualmente são bem estruturados. Outro ponto é a prioridade total ao transporte público”, explicou durante o evento.
O vereador Nabil Bonduki (PT), que também esteve presente, defende que sozinho o documento não é suficiente para diminuir as contradições sociais de São Paulo, pois raramente consegue colocar em prática os objetivos que apresenta. “Ele é um instrumento que deve ser somado a outros”, disse.
Em relação aos Planos de Bairro, o vereador afirmou que já estão previstos no Plano Diretor e deveriam ter sido construídos pelas subprefeituras, o que nunca chegou a acontecer. Bonduki ressalta a importância desse instrumento, já que ele traz os problemas que estão mais próximos da população. Alguns desses planos estão em andamento como o de Perus, na zona norte, e o de Pinheiros, na zona oeste.