“Clima de insegurança domina sedes da Copa” – UOL

A exatamente um ano do início da Copa-2014 e às vésperas da Copa das Confederações, os atrasos em obras deram lugar a outro assunto problemático e frequente nas sedes do torneio: a violência.

Dois casos recentes no Rio tiveram repercussão internacional. Em um, o alemão Daniel Frank, 25, foi baleado na favela da Rocinha. No outro, o engenheiro Gil Augusto Barbosa, 50, foi atingido na cabeça –seu estado é grave.

Dado o clima de insegurança, os policiais militares estão orientados a "evitar" incursões em favelas próximas às vias que ligam o aeroporto do Galeão ao centro e à zona sul. O objetivo é reduzir o risco de balas perdidas.

A PF terá 700 homens voltados para a segurança da Copa das Confederações na cidade. Já a Força Nacional terá 1.700 homens no evento. A PM pretende colocar todo seu efetivo (45 mil) de prontidão.

Em Fortaleza, o maior indicativo da violência é o crescimento dos homicídios. Nos quatro primeiros meses deste ano, os assassinatos aumentaram 31% em relação ao mesmo período de 2012, em um total de 662 mortes.

Esses casos, porém, concentram-se na periferia da cidade. Na zona turística, são mais comuns furtos e roubos.

Para protestar, moradores de Fortaleza criaram o movimento "Fortaleza Apavorada", cuja página numa rede social já tem 33 mil membros.

O governador Cid Gomes (PSB) convidou o irmão, o ex-ministro Ciro Gomes (PSB), para atuar informalmente na área de segurança. Para a competição, a segurança local será reforçada com policiais do interior –ainda não se sabe o número do efetivo.

A Polícia Militar do Ceará tem ao todo cerca de 15 mil policiais. Desses, aproximadamente 9.000 ficam em Fortaleza. Cerca de 2.200 policiais vão se dedicar ao evento. A cidade também contará com 2.000 militares no período para reforçar a segurança.

São Paulo

A capital paulista não é sede na Copa das Confederações, mas a violência tem contribuído para elevar o clima de insegurança da população nas últimas semanas.

Em 30 de maio, cerca de 60 clientes tiveram pertences roubados em um arrastão no restaurante Ruella, no Itaim.

Na quinta, um homem foi encontrado morto dentro de um carro com um tiro na nuca, na Vila Mariana. Na mesma noite, o Quiosque Chopp Brahma, na Vila Olímpia, acabou alvo de arrastão.

No dia seguinte, um jovem foi assassinado no estacionamento do McDonald’s entre as esquinas das avenidas Rebouças e Henrique Schaumann, em Alto de Pinheiros.

À noite, assaltantes puseram fogo no motorista de uma Pajero, na região do Itaim, porque ele havia dito que tinha apenas R$ 100.

Pesquisa da Rede Nossa São Paulo divulgada em janeiro aponta que 91% dos moradores se sentem inseguros. Para o coordenador executivo da organização, Maurício Broinizi, 51, faltam políticas públicas em regiões carentes para inibir o crime.

"Vivemos numa sociedade que gera desejos de consumo. Mas em grandes eventos, com a ocupação dos espaços, as condições de aumento de violência não se colocam."
 

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