Por Fernanda Cruz, da Agência Brasil
São Paulo – Cerca de 40 organizações ligadas à defesa do meio ambiente fizeram, na manhã de ontem (16), a oitava edição do abraço à Represa de Guarapiranga, um dos principais mananciais paulistas, responsável pelo abastecimento de 4 milhões de moradores da região sudoeste da capital.
As atividades incluíram um passeio ciclístico, o plantio de mudas e oficinas ambientais, como de limpeza de água e de ensino da arte milenar japonesa de montagem de arranjos de flores.
Por volta do meio-dia, um cortejo musical acompanhou o abraço dos participantes à represa. “O abraço simbólico significa o carinho e a demonstração de respeito que a população tem com um dos principais mananciais de água da cidade. A Guarapiranga, há décadas, vem sendo agredida pela ocupação desordenada do solo, pelo despejo de esgoto, pelo despejo de resíduos, de lixo, assim como os demais mananciais de São Paulo”, disse Mauro Scarpinatti, um dos organizadores, que faz parte da Rede de Olho nos Mananciais.
Segundo Eduardo Melander Filho, outro organizador do evento, que atua no movimento Garça Vermelha, um dos problemas que mais ameaçam a represa é o despejo irregular de esgoto. “Existem muitos loteamentos clandestinos que, por estar em área de manancial, não têm esgoto. Muitas vezes não têm nem água. Esse esgoto vai direto para a represa. Então, uma das coisas que é preciso fazer, pela qual estamos lutando, é colocar a rede de esgoto em torno de toda a represa”, disse.
De acordo com Melander Filho, o esgoto traz outras consequências indesejáveis para Guarapiranga. “Estão crescendo umas plantas macrófitas, que, em princípio, em pequena quantidade, são até boas para o meio ambiente. Mas a quantidade aqui é muito grande, então ela começa a poluir e, quando morre, vai para fundo da represa e agrava o assoreamento. Quer dizer, aumenta o assoreamento e diminui a quantidade de água”, explicou.