São Paulo pretende quintuplicar coleta seletiva até 2016

Fonte: Portal da Câmara Municipal de São Paulo

O Portal da Câmara vem abordando desde a última semana os desafios de São Paulo com a destinação correta do seu lixo reciclável. São Paulo produz diariamente 18 mil toneladas de lixo e, deste total, apenas 2% são recicladas pela Prefeitura em parceria com cooperativas. A meta da cidade até 2016 é quintuplicar esse valor com a construção de quatro centrais mecanizadas de triagem e programas de educação ambiental.

Previstas para começar a funcionar no primeiro semestre do próximo ano, as duas centrais – uma localizada na Ponte Pequena, centro da capital paulista, e a outra em Santo Amaro, zona sul – terão a capacidade de processar 250 toneladas diárias de material reciclável cada uma.  “O prefeito Fernando Haddad já deu a ordem de serviço para a construção das duas centrais que ficarão prontas até maio de 2014. E, até 2016, teremos quatro centrais de reciclagem com capacidade total de processamento de mais de mil toneladas diárias”, afirmou o presidente da Autoridade de Municipal de Limpeza Urbana (Amlurb), Silvano Silvério.

A meta do Executivo é considerada “modesta” pelo presidente da Frente Parlamentar pela Sustentabilidade da Câmara Municipal, Ricardo Young (PV). “Deveríamos pensar em aumentar em, pelo menos, 5% por ano o índice da coleta seletiva. Assim, até o final do mandato quase todo lixo estaria sendo reciclado”, opinou.

Mas para a professora adjunta do Departamento de Saneamento e Ambiente da FEC (Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo) da Unicamp Eglé Novaes Teixeira, a prefeitura definiu uma meta “razoável”. “Em média, só 30% do total do lixo produzido é reciclável, o restante é matéria orgânica e seria necessário fazer o processo de compostagem”, explicou.

Educação

Outras ações previstas para aumentar os índices de reciclagem na capital paulista são a modernização das 16 centrais já existentes e a implementação de programas de educação ambiental – que, segundo Silvério, serão discutidos durante a realização no segundo semestre da Conferência Municipal do Meio Ambiente com a sociedade. “Precisamos conscientizar a população da importância da coleta seletiva e da reciclagem”, destacou o presidente da Amlurb.

“A coleta seletiva não é difícil de ser feita, o problema é que ela sempre se esbarra na conscientização da população”, explica Eglé.

Young também sinaliza para a necessidade do consumo consciente. “Precisamos organizar a ponta compradora do material reciclável para que a logística reversa funcione”, disse.

Em Londres, por exemplo, uma empresa de tecnologia lançou uma lixeira digital que dá acesso à internet e informa notícias do dia à população. O intuito é que as pessoas prestem atenção nela e descartem o lixo corretamente.

Projetos de leis

A Câmara Municipal tem 31 Projetos de Leis (PL) em tramitação sobre coleta seletiva e reciclagem. Entre eles, o PL 393/201, de autoria do vereador David Soares (PSD) que compensaria de alguma forma as pessoas que separarem os lixos em suas casas e os levarem aos ecopontos. “O objetivo é recompensar a população consciente e, por exemplo, o cidadão que fizer isso teria bônus na Nota Fiscal Paulista ou desconto no IPTU, ainda estamos discutindo como serão esses créditos”, explicou Soares.

Um exemplo semelhante à proposta apresentada pelo vereador acontece em países da Europa, onde o casco (de vidro ou plástico) vale desconto para a compra de refrigerantes e água mineral.

Resíduos produzidos por grandes centros comerciais também preocupam o Legislativo. Um desses projetos, em tramitação na Casa, é o PL 496/2010 do vereador Floriano Pesaro (PSDB), que dispõe sobre a destinação final ambientalmente adequada de resíduos sólidos produzidos por shoppings centers.

“Os estabelecimentos comerciais, em virtude da constante frequência de pessoas, são grandes geradores de resíduos sólidos e para que estes não sejam descartados inadequadamente, propõe-se a elaboração deste plano de gerenciamento”, explicou Pesaro.

A área externa de escolas municipais também teriam pontos de coleta seletiva, pelo menos é o que propõe o vereador Alfredinho (PT). O Projeto de Lei 352/2009, em tramitação no legislativo paulistano, defende que o material seja recebido e armazenado nas dependências de cada escola municipal.  “O projeto pretende incentivar as pessoas sistema e garantir o desenvolvimento sustentável em São Paulo”, disse.

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