Para desenvolver a zona norte da capital, o Plano Diretor indica uma medida polêmica: fechar o Campo de Marte para aviões.
Só os helicópteros poderiam usar o local, diz o prefeito Fernando Haddad (PT). "Não é para agora. Em dois anos, teremos uma alternativa viável para retirar os aviões de lá."
A tese de Haddad é que falta emprego hoje na zona norte de São Paulo –a região, neste índice, perde apenas para a zona leste– porque a presença do Campo de Marte impõe limitações à verticalização.
As restrições decorrem do movimento de aviões no entorno do aeroporto no pouso e na decolagem.
A ideia é que o entorno do Campo de Marte possa ser ocupado principalmente por edifícios comerciais.
Para acomodar a demanda da aviação executiva, há dois projetos em andamento. Um deles é um aeroporto na cidade de São Roque, a aproximadamente 60 km da capital.
Orçado em R$ 700 milhões, o projeto tem o aval do governo federal e da prefeitura local.
O segundo projeto é do aeroporto em Parelheiros. Mas ele acaba de ser vetado pela prefeitura, por estar em área ambiental. O empreendedor recorrerá da decisão, ainda em âmbito administrativo.
O estudo da Prefeitura de São Paulo tem que ser submetido ao Decea (Departamento de Controle do Espaço Aéreo), órgão da Aeronáutica e à Secretaria de Aviação Civil.
Discussão
Sem antecipar a opinião da pasta, o ministro Moreira Franco (Aviação Civil) disse que o assunto tem de ser discutido "amplamente" e considerar, por exemplo, que a aviação executiva cresce em São Paulo e precisa ter para onde ir.
A Abag (Associação brasileira de Aviação Geral) disse que o plano significa "desconectar São Paulo de quase mil destinos por via aérea" e o desaparecimento de empresas e empregos. Trará, ainda, insegurança a quem está lá hoje.
A entidade prepara um estudo sobre o peso do Campo de Marte na economia da cidade e pretende entregá-lo a Haddad.