“ONGs lançam ferramenta que permite visualizar dados do orçamento público” – Uol

Fonte: Paula Reverbel, de São Paulo

Uma ferramenta on-line que visa facilitar o entendimento de dados sobre o Orçamento e os gastos públicos do Brasil está sendo lançada nesta terça-feira (20). O portal, chamado Orçamento ao seu Alcance, permite visualizar os recursos destinados à diferentes órgãos do governo e consultar quanto da verba aprovada foi gasta de fato.

A iniciativa é da organização não governamental Inesc (Instituto de Estudos Socioeconômicos), dedicada à análise de verbas do Orçamento da União. "Queremos dar um panorama geral de quanto foi autorizado e quanto está sendo gasto com os pagamentos", explica Ana Paula Felipe, assistente de direção do Inesc.

Um problema evidenciado pelo site é o da subutilização do dinheiro destinado a cada órgão. Felipe apontou como exemplo o caso do Ministério do Meio Ambiente: "Podemos ver que, até o dia 18, esse órgão público gastou R$ 1,35 bilhões, apenas 29,4% de tudo que foi autorizado [R$ 4,6 bilhões]", explica. "Algumas execuções são feitas a toque de caixa mais no final do ano, quando a instituição não conseguiu distribuir os gastos", acrescentou.

O objetivo, de acordo com Felipe, é permitir que a população exija o melhor gasto do dinheiro público. "O gasto de cada órgão deveria ser regular, não deveria ter usado só 30% em mais da metade do ano", argumenta.

O portal também permite que a mesma análise seja feita com as unidades orçamentárias. O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), uma unidade orçamentária do Ministério do Meio Ambiente, foi autorizado a gastar R$ 1,25 bilhões em 2013 e, até agora, fez pagamentos no valor total de R$ 656 milhões, 52,5% do que foi destinado, de acordo com a ferramenta.

FONTE

Os dados são extraídos do Siga Brasil, site que o Senado mantém sobre o Orçamento Público Federal. A execução da parte técnica do projeto ficou a cargo da Rede pelo Conhecimento Livre, braço nacional –ainda em gestação– de uma ONG inglesa chamada Open Knowledge Foundation.

"Todos os dados que utilizamos foram disponibilizados para download", explica Everton Zanella Alvarenga, coordenador de projetos da instituição no Brasil. A intenção, segundo Alvarenga, é que qualquer pessoa possa reaproveitar os mesmos dados para os seus próprios projetos.
 

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