“836 cidades têm crescimento maior que 5%” – O Estado de S.Paulo
ago 30, 2013 Por rnsp-admin Em Histórico
No entanto, alguns Estados como RS e PI já apontam tendências de ritmo menor nas próximas décadas.
As estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que 836 cidades brasileiras tiveram crescimento demográfico maior que 5% entre 2012 e este ano, a maioria no Norte e no Nordeste.
O levantamento é importante porque é a partir dele que as cidades calculam a sua fatia em dois recursos da União: o Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental (Fundef).
Além disso, os dados pautam as políticas públicas. "As estimativas de crescimento da população idosa significam que o poder público precisa se planejar para ter mais gastos com a saúde", explica o diretor de Análises da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), Haroldo Gama Torres.
Em São Paulo, os dados mostram uma população estável na capital, mas com crescimento nas cidades ao redor.A diretora de Análises da Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano S/A (Emplasa), Rovena Negreiros, lembra que isso resultará em uma demanda maior de transporte intermunicipal.
Ritmo menor
O Piauí e o Rio Grande do Sul serão os primeiros Estados a terem queda na população, a partir de 2029. Além de seguirem a tendência nacionaldereduçãononúmero de crianças e aumento dos idosos, os dois têm saldo migratório negativo, ou seja, mais saída do que entrada de moradores.
No caso dos gaúchos, a saída do Estado vem de muitas décadas e se justifica pela busca de novas áreas para a Agricultura e de novas oportunidades em outros Estados. No Nordeste, os moradores saem em busca de trabalho nos grandes centros.
No Rio Grande do Sul os casais têm cada vez menos filhos. Em Cambará do Sul, Josemar Contesini e Luciane Santos Contesini, ambos de 40 anos e sócios de uma agência de turismo,decidiram não ter nenhum. Ele já é pai de um jovem de 15 anos de outro casamento. "A decisão deve levar em conta a qualidade de vida que a criança terá e a responsabilidade de educá-la", diz Contesini.
No Piauí, há emigração por causa da Estiagem e por falta de empregos, mas a taxa de fecundidade das famílias também diminuiu. O casal de jornalistas Hérlon Moraes, de 34 anos, e Cyntia Veras, de 30, já têm Maria Júlia, de 3, e pensavam em ter outro filho. Mas agora não têmcerteza. "Estamos revendo isso de acordo com os custos para educação, saúde, vestuário,lazereoutras despesascom a Maria Júlia", contou Moraes.