Prefeitura apresenta as 17 propostas recebidas para o projeto Arco Tietê

Secretário Fernando de Mello Franco apresentou em audiência pública nesta terça-feira (10) as propostas de 17 consórcios para o projeto de transformação urbana do Arco Tietê

Fonte: Portal da Prefeitura Municipal de São Paulo

A Prefeitura de São Paulo apresentou na noite de terça-feira (10), em audiência pública realizada no Memorial da América Latina, as propostas de 17 consórcios selecionadas para a transformação da área conhecida como Arco Tietê. As idéias de intervenções urbanas foram recebidas após o chamamento público para a primeira fase de estudos de pré-viabilidade, feito em fevereiro e iniciado em 15 de abril.

Entre as propostas apresentadas pelos consórcios para a transformação urbana do Arco Tietê estão projetos estruturados em quatro eixos principais: Econômico, Ambiental, Mobilidade e Acessibilidade e Habitacional.

Um dos itens sugere a criação de um parque linear ao longo dos afluentes do rio Tietê, com áreas verdes. Outro conceito propõe a valorização área com passeios para pedestres e ciclistas, com lojas e livrarias passando sobre o rio. O enterramento dos trilhos que cortam a cidade como um muro, trens e vias subterrâneas ou ainda, a construção de mais de 65 mil moradias populares na região estão também entre os projetos apresentados nesta terça-feira.

O secretário municipal de Desenvolvimento Urbano, Fernando de Mello Franco afirmou que esse é um projeto importante para a cidade, pois trata de uma mudança em um território considerado estratégico para o desenvolvimento. "Esse é um território estratégico. É a partir do Tietê que a gente começa a história do Estado de São Paulo e acreditamos que é a partir do Tietê que vamos começar a pensar a história da cidade de São Paulo do século XXI", afirmou.

O secretário reiterou que as propostas que foram captadas são possíveis e sairão do papel, mas que se trata de um projeto para ser desenvolvido ao longo dos anos para provocar uma mudança realmente profunda na cidade. Mello Franco afirmou que são estudadas diversas formas de financiamentos e investimentos para as obras previstas, como créditos de operações urbanas (Cepac) e Parcerias Público-Privadas (PPP). "A gente vai ter investimentos diretos, além de uma série de outras alternativas de captação, seja de outorga, via Cepac, PPPs ou qualquer outra forma de concessões, que a gente possa imaginar. É uma somatória de fontes de recurso, mas é muito importante ter consciência de que esse não é um projeto de um ou dois anos", explicou o secretário.

Segundo o diretor de Desenvolvimento da SP Urbanismo, Gustavo Partezani, um dos objetivos do projeto para os próximos 30 anos, é aumentar a oferta de empregos e também, de moradias e habitantes na área. A idéia é que a região, que tem uma estrutura de transporte público, ganhe ainda mais eixos de mobilidade urbana e aumente sua população em 350 mil habitantes ou 30% a mais do que hoje, além de 150 mil novas oportunidades de emprego. "Estamos juntando moradia, trabalho, lazer, transporte e infraestrutura. Essa é a proposta de equilíbrio do Arco Tietê", afirmou Partezani, que apresentou as propostas e organizou os debates com os participantes. "Na proposta do Arco Tietê, a gente pretende de fato, iniciar a transformação da cidade", disse.

Hotsite detalha projetos e cronogramas para o projeto

Depois de apresentar as propostas pré-selecionadas de 17 consórcios para a transformação urbana do Arco Tietê, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (SMDU) lançou nesta quarta-feira (11) um hotsite que detalha os projetos e o cronograma dos debates.

As idéias de intervenções urbanas para a região, que foram recebidas após o chamamento público para a primeira fase de estudos de pré-viabilidade, foram apresentadas e discutidas ontem em audiência pública, no Memorial da América Latina.

O hotsite do Arco Tietê permite que o cidadão veja o nome das empresas que tiveram as propostas selecionadas, os detalhes e desenhos de cada projeto, as etapas já vencidas da discussão do tema, com acesso as atas de reuniões e comunicados. As próximas fases do processo também podem ser visualizadas pelo munícipe.

Arco Tietê

O Projeto Arco Tietê faz parte do programa Arco do Futuro e tem como objetivo promover estudos para o desenvolvimento urbano com equilíbrio social, econômico e ambiental integrando os bairros situados ao sul e ao norte do rio Tietê, tomando-o como eixo e não como limitador do desenvolvimento urbano da região.

A área que compreende o Arco Tietê possui mais de 6 mil hectares – correspondente à ilha de Manhattan (EUA) ou a 8.500 campos de futebol – e está localizada entre as rodovias Anhanguera e Presidente Dutra, passando por bairros como Vila Maria, Vila Guilherme, Santana, Tucuruvi, Casa Verde, Cachoeirinha, Freguesia do Ó, Brasilândia, Pirituba, Lapa, Sé e Mooca. No local, residem cerca de 422 mil habitantes (5% dos moradores de São Paulo).

A idéia principal do Arco Tietê é aproximar a oferta de emprego do adensamento habitacional e dos corredores de mobilidade urbana no eixo do Rio Tietê, equilibrando a cidade. Os mesmo conceitos também estão contidos na minuta do Projeto de Lei do novo Plano Diretor Estratégico (PDE) apresentado em agosto pela Prefeitura, que passa por consulta pública e será encaminhada para discussão na Câmara Municipal.

"O papel da administração nesse momento é dar a público, com a maior transparência possível, quais são as contribuições e permitir que urbanistas, arquitetos, cidadãos e leigos possam contribuir no debate e nos ajude a fazer um desenho que seja representativo da vontade de São Paulo em mudar aquilo que deveria ser o nosso cartão-postal e que hoje a gente tem vergonha de mostrar", afirmou o prefeito Fernando Haddad, em entrevista coletiva na manhã de terça-feira.

Etapas

Durante essa etapa, até 14 de junho, foram recebidos 26 trabalhos diferentes. Uma Comissão Especial de Avaliação da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (SMDU) analisou os projetos e excluiu 11 estudos considerados tecnicamente não adequados das especificações do chamamento público. Seis empresas ingressaram com recursos e após a avaliação da comissão, duas tiveram seus pedidos atendidos e progrediram para a 2ª fase do processo.

Após a discussão das propostas pela população por meio de um amplo processo participativo, as empresas terão de detalhar e fundamentar o projeto apresentado na primeira fase, com estudos de viabilidade das modelagens urbanística, jurídica e econômico-financeira.

Consórcios com estudos selecionados
1. Consórcio Carioca / Blac- Ltda. / C.R. Almeida / AECOM / COWAN
2. Consórcio Andrade Gutierrez / Queiroz Galvão
3. Arcadis Logo
4. Consórcio Triptyque / Argeplan / Phyrestore / APU-Atelier Parisien d’ Urbanism / NFU- Nouvelles Fonctions Urbaines
5. Consórcio Geométrica – UTC Constran – Escola da Cidade
6. Axal Consultoria e Projetos
7. Barbosa & Corbucci Arquitetos Associados
8. Camargo Corrêa
9. Consórcio Cândido Malta / FCTH
10. IDOM
11. Lea Struchiner – Grupo de profissionais
12. Consórcio Magalhães Associados Arquitetura e Planejamento S/C Ltda / Figueroa Arquitetura e Urbanismo Ltda., Park Capital Investimentos e Participações, Paulo Lomar e Jurandir Rossi e equipe
13. Oderbrecht / OAS
14. TC Urbes Arquitetura e Urbanismo Ltda
15. URBEM – Instituto de Urbanismo e Estudos pela Metrópole
16. IURBI
17. Planos Engenharia

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