O levantamento mostra, pela primeira vez, a opinião dos paulistanos sobre temas como a proposta de utilizar o imposto sobre a gasolina para reduzir a passagem do transporte público e a avaliação das faixas exclusivas para ônibus
A Rede Nossa São Paulo e o Ibope lançam nesta segunda-feira (16/9) os resultados da sétima edição da pesquisa sobre Mobilidade Urbana (ver pesquisa em Power Point ao final do texto). O lançamento foi seguido por um debate com o secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto, o promotor de Justiça de Habitação e Urbanismo, Maurício Antonio Ribeiro Lopes, o vereador Paulo Fiorilo, presidente da CPI dos Transportes da Câmara Municipal, e a diretora presidente do Instituto Saúde e Sustentabilidade, Evangelina Vormittag. A mediação foi feita por Maurício Broinizi, coordenador executivo da Rede Nossa São Paulo.
A pesquisa inédita aborda os mais diversos aspectos da mobilidade em São Paulo, como o tempo gasto no trânsito, a frequência com que os paulistanos utilizam o transporte público, a satisfação com o transporte coletivo, o uso do carro etc. Foram ouvidas 805 pessoas entre dos dias 20 e 27 de agosto. A margem de erro é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos.
A sétima edição tem como novidades questões relacionadas às manifestações ocorridas em junho em todo o País. Os entrevistados se posicionaram a respeito das novas faixas exclusivas para ônibus, as medidas anunciadas pelos governos pós-protestos, a tarifa zero e, ainda, a proposta que visa utilizar o imposto sobre a gasolina para reduzir o valor da passagem do transporte público.
Entre as principais conclusões da pesquisa estão:
– 27% dos entrevistados utilizam carro todos os dias. Em 2012, eram 23%;
– “Saúde” continua sendo a área mais problemática da cidade desde 2008. O item é seguido por “Educação” e “Segurança Pública”. “Trânsito” e “Transporte Coletivo” ficaram, respectivamente, em 4º e em 5º lugar;
– Para 91% dos entrevistados a poluição é um problema “grave” ou “muito grave” em São Paulo;
– O trânsito na cidade é “ruim” ou “péssimo” para 69% dos entrevistados;
– O paulistano gasta, em média, 2h15 minutos no trânsito, todos os dias;
– Aumenta o número de paulistanos dispostos não usar o carro caso haja uma boa alternativa de transporte público. Em 2012, 44% deixariam o transporte privado “com certeza”. Em 2013, o número saltou para 61%;
– O interesse pelas ciclofaixas de lazer diminuiu. Em 2012, 67% afirmaram que usariam as faixas exclusivas para bicicletas aos domingos e feriados. Neste ano, 60% disseram ter interesse em participar;
– As recentes faixas exclusivas para ônibus foram totalmente aprovadas pelos entrevistados: 93% disseram ser a favor da medida;
– Aumenta a aprovação dos paulistanos às medidas polêmicas para melhorar o trânsito na cidade, como pedágio urbano (de 17% em 2012 para 27% em 2013); rodízio de dois dias (de 37% em 2012 para 49% em 2013) e até multa para pedestres (de 34% em 2012 para 54% em 2013);
– Sobre as recentes manifestações realizadas em todo o País, 58% disseram ser favoráveis, desde que não haja prejuízo ao trânsito. E 34% são a favor mesmo que provoquem interrupções e congestionamentos na cidade;
– A respeito do custo do transporte público, 56% defenderam “tarifa intermediária”(meia tarifa paga pelo usuário e o restante, pelo governo); 34% são a favor da “tarifa zero”(totalmente custeada pelo governo) e 7% optaram pela “tarifa cheia” (totalmente paga pelo usuário);
– Ainda sobre “tarifa zero”, 46% disseram ser uma medida “possível e viável” para todos. Para 29%, o benefício deveria valer somente para estudantes e desempregados. E 21% acham que é inviável;
– Do total de entrevistados, 53% se manifestaram contra o aumento do preço da gasolina para subsidiar a redução da tarifa e 45% são a favor. Entre os que não utilizam carro, o resultado é o inverso: 53% a favor e 41% contra.