Cerca de 40 agricultores da zona leste aguardam adubo da feira livre de São Mateus, que pode baratear seus produtos
Fabio Leite e Tiago Queiroz – O Estado de S.Paulo
O casal Terezinha, de 47 anos, e José Nildon de Matos, de 51, expressa os dois extremos da coleta de lixo. Enquanto o marido trabalha como coletor atirando os sacos pretos no caminhão compactador que leva todo tipo de resíduo para o aterro, ela aguarda ansiosa o adubo natural da feira de São Mateus para usar na sua horta de produtos sem agrotóxico.
"Hoje não tenho possibilidade de fazer compostagem suficiente na minha horta e por isso tenho de comprar o adubo de galinha, que não é o mais indicado", disse Terezinha, que há dois anos planta legumes, verduras e hortaliças num terreno cedido pela Eletropaulo em São Mateus e está entre os 40 agricultores urbanos interessados no composto da feira.
Segundo agrônomos da Prefeitura, a primeira leva de adubo deve ficar pronta dentro de um mês. Para Terezinha, o composto pode resultar numa economia de até R$ 150 por mês que ela gasta comprando o adubo de galinha e baratear seus produtos, que são entregues em creches e escolas municipais e vendidos na feira de orgânicos do Parque do Carmo, na zona leste da capital.
"Tudo o que a gente precisa é de bastante compostagem, por que não tem adubo igual. Meu marido está doido para a situação melhorar para vir trabalhar comigo", disse Terezinha, que antes vendia peças de cama, mesa e banho de porta em porta.
Por enquanto, Matos ajuda a mulher levando para casa frutas e legumes descartadas no lixo para plantar mudas e fazer composto caseiro.