Lançado em São Paulo pacto por emprego e trabalho decente na Copa do Mundo

A Prefeitura de São Paulo foi a primeira das doze cidades-sede da Copa do Mundo de 2014 a assinar o Compromisso pelo Emprego e Trabalho Decente na Copa do Mundo de 2014, proposto pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). O pacto, firmado na manhã desta quinta-feira (17) na sede da prefeitura, no Viaduto do chá, visa, basicamente: assegurar o respeito aos direitos fundamentais do trabalho antes e durante o evento e prevenir e impedir o uso de trabalho forçado e infantil, o tráfico de pessoas para fins de exploração laboral e sexual e a exploração sexual de crianças e adolescentes.
 
O pacto é uma ação decorrente do acordo de cooperação técnica assinado na semana passada entre a OIT e a Prefeitura.
 
"Sabemos, pela experiência que temos em eventos anteriores, que um empreendimento desse tipo também envolve riscos, como problemas trabalhistas, ambientais, questionamento da cidadania sobre custo-benefício e legado social, problemas que podem ocorrer em termos de violação de direitos e exploração do trabalho infantil e sexual", observou a diretora da OIT Brasil, Laís Abramo.
 
"Por isso, a proposta desse compromisso tem tudo isso em mente. Trata-se de uma agenda preventiva e propositiva. Preventiva para eliminar os riscos e problemas que podem vir a ocorrer em todas as fases de preparação e realização dos jogos em todo o território nacional. E propositiva no sentido de potencializar o legado que a Copa pode deixar", complementou.
A prefeita em exercício, Nádia Campeão, salientou que é preciso olhar para setores e segmentos desprotegidos, como o dos ambulantes, crianças e imigrantes, que estarão inseridos, de forma direta ou indireta, na realização do evento. "Temos outros objetivos para a copa do mundo que não é só a festa", disse.
 
Na ocasião, abrindo o evento, o gerente operacional da Odebrecht, engenheiro civil Frederico Barbosa, apresentou dados sobre a gestão de pessoal nas obras da Arena Corinthians, que receberá seis partidas. No pico da obra, que já dura 28 meses e está 91% concluída, chegaram a ser empregados 2.454 trabalhadores – atualmente, são 1.515. Desses, a maioria veio do Nordeste (64%), 40% moram na região leste da capital paulista, 89% são homens, 48% casados e 31% menores de 25 anos.
 
O gerente também fez menção a ações promovidas durante o período da obra, como palestras, campanhas educativas, campeonatos de futebol, treinamentos para o trabalho e festas de confraternização com os familiares dos operários.
 
O estádio do Corinthians terá 65 mil exigidos pela Fifa (incluindo arquibancada temporária), em 190 mil metros quadrados de área construída, num terreno de 200 mil metros quadrados.
Além da diretora da OIT e da prefeita em exercício, compuseram a mesa da assinatura: a secretária municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, Luciana Temer; o secretário municipal da Promoção da Igualdade Racial, Netinho de Paula; a secretária de Políticas para Mulheres, Denise Motta Dau; o desembargador Luiz Antônio Moreira Vidigal, do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região; e o diretor da Comissão Municipal de Emprego, Rogério Giannini.
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