Durante o seminário realizado na tarde de ontem (17), em São Paulo, para debater a PEC 90/11 que institui o transporte como direito social, a deputada federal Luiza Erundina (PSB-SP), autora da proposta, não poupou elogios à juventude que foi à ruas nas manifestações de junho e julho em prol de melhor transporte e condições de cidadania.
"Esses jovens são mais que idealistas. São politizados e conscientes", disse. "Estou impressionada ao perceber o grau de comprometimento dessa juventude."
Ela demonstrou sua satisfação após ouvir jovens convidados que tiveram direito a expor suas ideias durante o evento. Entre eles, os militantes Matheus Nordon Preis, do Passe Livre, e Gilson Alves Garcia, do Periferia Ativa.
"São vocês que estão nos empurrando, dando o norte para que a gente acerte o passo", admitiu.
Preis defende a tarifa zero como forma de garantir ao cidadão o direito à cidade, de desfrutar tudo o que ela oferece. Para ele, muitas pessoas deixam de ter acesso a saúde, educação, cultura, lazer e outros direitos garantidos na Constituição porque não têm como pagar a tarifa do transporte público. "Tudo depende do transporte, e as pessoas vivem o que elas e aonde elas conseguem chegar".
Garcia, que também milita no Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), defendeu a tarifa zero e mais qualidade no serviço que atende a periferia. "A tarifa não para de subir e a qualidade não para de piorar", iniciou Garcia. Ele acredita que o morador das regiões mais afastadas da cidade, como o Capão Redondo e o M’Boi Mirim devem ser ouvidos, por exemplo, com relação aos itinerários. "É o usuário que tem que escolher onde é que o ônibus vai passar", avaliou.
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