“Precisamos acabar com o paradigma do automóvel”, diz secretário

Fonte: Câmara Municipal de São Paulo

“Ainda que tenhamos muitos carros, isso não significa que tenhamos que pensar a cidade só para eles. É preciso acabar com o paradigma do automóvel.” A declaração é do secretário municipal de desenvolvimento urbano, Fernando de Mello Franco, que na noite desta quinta (31/10) participou da audiência pública realizada na Câmara para debater o novo Plano Diretor Estratégico (PDE), já em tramitação.

O encontro, que teve como tema “Estruturação Urbana e Mobilidade”, foi a primeira audiência temática do PDE e a terceira de um total de 45 marcadas pela Comissão de Política Urbana, Metropolitana e Meio Ambiente para debater a nova lei. A população também pode opinar a respeito do texto enviado para a Câmara através do hotsite criado especialmente com esse fim.

Em sua apresentação do plano, Franco justificou a opção de incentivar ocupação das áreas com mais infraestrutura de transporte público ao mesmo tempo em que concentra os investimentos públicos em regiões periféricas. O texto prevê que os recursos do município sejam investidos principalmente na chamada Macroárea de Redução da Vulnerabilidade Urbana, que reúne as regiões mais pobres da cidade.

“Precisamos reequilibrar a oferta de trabalho, de bens e serviços e de moradia nas diferentes áreas da cidade. E para isso é preciso priorizar investimentos”, afirmou o secretário.

Já o presidente da comissão, Andrea Matarazzo (PSDB), acredita que o atual texto do PDE deveria dar mais importância ao automóvel individual. “Há uma demonização do automóvel”, provocou o tucano. “Você não pode esquecer esses 6 ou 7 milhões de carros que estão aí.”

Relator do projeto, Nabil Bonduki (PT) enfatizou a necessidade de manter a articulação entre mobilidade urbana e uso do solo no texto final do plano. “São duas coisas indissociáveis”, pontuou o petista.

Bicicletas

Durante a audiência, uma das críticas mais duras veio da ativista Caroline Vigo, da Associação dos Ciclistas Urbanos de São Paulo (Ciclocidade). Ela questionou o segundo parágrafo do artigo 179, que prevê  que “ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas e bicicletários somente poderão utilizar-se das vias estruturais quando consideradas as condições de segurança necessárias em função da velocidade e volume de tráfego de cada via”.

“Acho que deveria ser o contrário. A gente devia dizer que as vias estruturais deveriam garantir a segurança dos ciclistas”, questionou Aline.

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