Cidade planeja construir 223 quilômetros de corredores de ônibus padrão BRT até 2018

Informação foi dada pela diretora de Planejamento de Transporte da SP Trans durante audiência pública temática do Plano Diretor que discutiu “Estruturação Urbana e Mobilidade”.

Airton Goes airton@isps.org.br

A diretora de Planejamento da São Paulo Transporte (SPTrans), Ana Odila de Paiva Souza, informou que já estão planejados 223 quilômetros de corredores de ônibus no padrão BRT (Bus Rapid Transit). O novo modelo de corredor, segundo ela, possibilitará a bilhetagem da passagem antes do ingresso do usuário no ônibus e a ultrapassagem de veículos.

De acordo com as informações, que foram dadas por Ana durante a audiência pública temática “Estruturação Urbana e Mobilidade” do Plano Diretor, ocorrida nesta quinta-feira (31/10), na Câmara Municipal, a primeira linha já está contratada e será implantada na Avenida Celso Garcia, com o objetivo de ligar à zona leste ao centro da cidade.

Ela adiantou que o corredor norte-sul, que passa pela Avenida 23 de Maio, está entre os que deverão ter padrão BRT. Atualmente, o eixo possui apenas faixa de ônibus.

Ana também afirmou que nos novos modelos de corredores, “onde for possível, serão instaladas ciclovias ao lado das vias”.

Em relação ao prazo e aos custos para a implantação dos 223 quilômetros do sistema, a diretora de Planejamento da SPTrans previu que os corredores serão executados até 2018, com investimentos de aproximadamente R$ 7 bilhões. 

No Plano de Metas da cidade estão previstos "150 km de novos corredores de ônibus" até 2016 (meta 93), sem especificar se serão no padrão BRT.    

Audiências públicas do Plano Diretor

A “Estruturação Urbana e Mobilidade” foi o assunto da primeira audiência pública temática do Plano Diretor na Câmara Municipal de São Paulo. Segundo o presidente da Comissão de Política Urbana, vereador Andrea Matarazzo (PSDB), serão realizados, no total, 45 debates este ano, para discutir o projeto de lei encaminhado pela Prefeitura ao Legislativo paulistano.

Clique aqui e confira o calendário completo das audiências.

No encontro desta quinta-feira (31/10), ocorrido no Salão Nobre da Câmara, o relator do projeto, Nabil Bonduki (PT), garantiu que todas as sugestões de mudanças no texto apresentadas pela sociedade nas audiências públicas serão analisadas.

Ele pediu que os participantes, além de falar ao microfone, entreguem as contribuições por escrito, especificando os artigos que pretendem alterar ou suprimir.

Uma das sugestões de alteração foi feita Caroline Vigo, da ONG CicloCidade, em relação ao parágrafo 2º, do artigo 179. O texto mencionado por ela afirma: “Ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas e bicicletários somente poderão utilizar-se das vias estruturais quando consideradas as condições de segurança necessárias em função da velocidade e do volume de trafego de cada via”.

Na opinião da cicloativista, a diretriz do Plano Diretor sobre esse ponto tem que ser exatamente o contrário. “As condições de segurança têm que ser providenciadas pelo poder público, para que os usuários de bicicleta possam utilizar as vias”, defendeu.

Além de Matarazzo e Bonduki, participaram da audiência o secretário municipal de Desenvolvimento Urbano, Fernando de Mello Franco, e os vereadores José Police Neto (PSD) e Toninho Vespoli (PSol). 

Leia também:

“Precisamos acabar com o paradigma do automóvel”, diz secretário

Pressão por verticalização é questionada em audiência do PDE

Compartilhe este artigo