Engenheiro colaborador da RNSP defende prioridade para pontos de ônibus

Em sua participação no Fórum da Mobilidade Urbana, promovido pela Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP) e Frente Nacional de Prefeitos (FNP) nesta quinta-feira (7) em São Paulo, o consultor de Engenharia de Transportes e colaborador da Rede Nossa São Paulo Horácio Figueira criticou a estratégia, ainda usual na cidade, de afastar pontos de ônibus de cruzamentos movimentados como forma de privilegiar o tráfego de automóveis.
 
Ele citou como exemplo os pontos localizados nas proximidades da esquina da Avenida Paulista com a Brigadeiro Luiz Antonio. Quem está na Paulista precisa caminhar bastante para chegar ao ponto mais perto na Brigadeiro, e vice-versa. “Se coloca ponto longe da esquina para não atrapalhar o trânsito do automóvel, que faz sua conversão ali, mas isso é cultura de Los Angeles nos anos 60! Tem que mudar”, argumentou Figueira.
 
Ele também criticou a falta de integração adequada entre algumas estações de metrô e pontos de ônibus. Em dias de chuva, segundo o engenheiro, o usuário sai da estação do metrô e, ao esperar pelo ônibus que vai dar continuidade a seu percurso, acaba debaixo de chuva porque os pontos não dispõem de cobertura. Isso quando os pontos ficam perto das estações. A comunicação entre a estação Faria Lima do Metrô e os pontos de ônibus da região do Largo da Batata recebeu críticas do engenheiro.
 
Para Figueira, atentar para questões como essas é importante para mostrar à cidade que a preferência, a partir de agora, é pelo transporte público e não pelo individual. Assim como tem sido importante a implantação das faixas exclusivas.
Apesar de a sétima pesquisa de mobilidade urbana da Nossa São Paulo e Ibope, divulgada em setembro, mostrar que 93% dos paulistanos estão de acordo com as faixas, ainda há resistÊncia por parte de alguns. A argumentação, segundo Figueira, é de que as faixas ficam vazias entre a circulação de um ônibus e outro.
 
Ele fez o seguinte cálculo: tendo-se 25 ônibus trafegando por hora em uma faixa, conduzindo 40 pessoas cada um, a uma velocidade de 25,3 km/h. A distância média acaba sendo de 1 km entre um ônibus e outro. "Com essa distância, o motorista (de carro) vai para o psiquiatra ou à ONU reclamar", disse o engenheiro, referindo-se à indignação e incompreensão que há por parte de alguns motoristas.
 
Em função desse intervalo entre ônibus, o secretário de Transportes de São Paulo, Jilmar Tatto, disse que tem recebido inúmeros pedidos para uso da faixa. Além de taxistas, já solicitaram inclusão nas faixas exclusivas: empresas de transporte escolar, fretados e de ônibus executivos, autoridades, médicos, concessionárias (luz, água), empresas de coleta de lixo, Forças Armadas, motociclistas, idosos e empresas do serviço funerário.
 
"Digo que vamos fazer assim: colocar todos estes e mais os carros na faixa exclusiva e os ônibus nas demais faixas", brincou o secretário.
 
Leia mais notícias do Fórum da Mobilidade Urbana da ANTP e FNP: 
Compartilhe este artigo