Plano Diretor Estratégico: Especulação imobiliária preocupa moradores

Fonte: Portal da Câmara Municipal de São Paulo

O Plano Diretor Estratégico (PDE) – principal instrumento para orientar o desenvolvimento da cidade – em tramitação na Câmara Municipal amplia a possibilidade de se construir em até quatro vezes mais do que a área do terreno em quase toda a capital paulista. A proposta foi criticada pelos moradores da macrorregião Centro-Oeste, principalmente da Vila Madalena, Pinheiros e Cidade Jardim, neste sábado durante audiência pública realizada no Sesc Pinheiros, Zona Oeste, para debater o projeto.

De acordo com os participantes, a especulação imobiliária intensificou-se na região há cerca de quatro anos e isso gera problemas para quem vive no local. É o que contou o engenheiro aeronáutico Luis Fernando Daudi, que vive no bairro Cidade Jardim, e precisou repensar a forma de ir ao trabalho por conta do aumento do trânsito. "Estão construindo prédios cada vez mais altos e sem o menor planejamento. Isso traz diversos problemas, por exemplo, o aumento do trânsito", contou Daudi. O engenheiro precisou alterar a rota para ir ao trabalho para tentar gastar menos de uma hora e meia para percorrer apenas 12 quilômetros.

A especulação imobiliária também eleva o preço dos imóveis. No caso de Daudi, de acordo com ele, sua casa valorizou cerca de 300% nesses quatro anos.

Para a estudante Mably Rocha, esse crescimento sem controle deve ser revisto. "Esse adensamento que está acontecendo em São Paulo não é bom para ninguém. O Plano Diretor não pode ampliar a capacidade de construção e sem pensar em um planejamento", ressaltou.

A diretora do Movimento Defenda São Paulo, Lucila Lacreta, também criticou a proposta. "É preciso ter um limite para as construções porque o mercado imobiliário quer construir, mas é necessário regular isso. O Plano Diretor não deve tratar a cidade como se fosse toda igual e liberar, com essa capacidade de quatro vezes mais a capacidade do terreno, mais de R$ 490 milhões de metros quadrados. A cidade precisa ser sustentável", afirmou.

Relator do Plano Diretor Estratégico, o vereador Nabil Bonduki (PT) sinalizou que as regiões deverão ser pensadas de maneira individualizada. “O que devemos trabalhar será para diferenciar as áreas e repensar o quanto pode ou não ser construído a mais em cada uma dessas regiões”, adiantou.

O presidente da Câmara municipal, vereador José Américo (PT) ressaltou que as construções devem ser bem analisadas.  “As pessoas dessa região, principalmente, mostraram que estão preocupadas com a especulação imobiliária, e é normal que a população cobre o poder publico para que se estabeleça esses limites”. disse.

Participe da revisão do Plano Diretor e envie suas sugestões por meio do site disponibilizado pela Câmara.

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