No Jaçanã, 10 mil famílias vivem em ocupações irregulares

Fonte: Portal da Câmara Municipal de São Paulo

A moradia irregular é um dos maiores problemas enfrentados pelos moradores da Subprefeitura do Jaçanã / Tremembé. No total, a área possui 53 favelas, que abrigam quase 10 mil famílias, segundo dados da Secretaria Municipal de Habitação.

Na noite de sexta-feira (6/12), durante audiência pública sobre o novo Plano Diretor Estratégico (PDE), a regularização fundiária e a construção de habitações de interesse social foram duas das medidas mais pedidas pela população da região.

Um dos moradores a falar no evento, a catadora Eva da Silva Ern considera urgente parar o avanço da mancha urbana rumo à Serra da Cantareira, que em sua opinião produz moradias inseguras e danosas ao meio ambiente. “O pessoal vai invadindo, vai pegando áreas assim, perigosas para morar, como encostas de morros, margens de rios”, lamentou.

Na opinião do vereador Police Neto (PSD), para fazer isso é preciso alinhar os eixos de desenvolvimento previstos no plano, que ficam ao longo dos corredores de ônibus e linhas de metrô, às Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS), o que não acontece no texto atual.

“Se deixarmos as ZEIS fora desses eixos, a gente vai cristalizar esse modelo perverso que vigora até hoje na cidade”, afirmou o parlamentar durante a audiência.

Já Nabil Bonduki (PT) lembrou que o Plano Diretor não é uma solução mágica para os problemas da cidade, mas servirá de guia para que a administração municipal a torne mais igualitária.

“Às vezes, para resolver o problema daqui, nós temos que resolver o problema em outro local da cidade, principalmente nas regiões que concentram uma grande quantidade de emprego e ainda têm muitos lotes, muitas áreas subutilizadas”, afirmou o petista.

Transporte

Outro tópico que tira o sono dos moradores da área é o transporte público. A socióloga Neusa dos Santos, que mora na região desde a infância, lembrou que existem locais quase isolados do resto da cidade, onde é muito difícil chegar.

“O transporte aqui é um osso que está muito difícil da gente roer. Existem alguns bairros, como a Vila Nilo, que não têm transporte. Ela está localizada no Jaçanã, mas depende do transporte que vem de Guarulhos”, comentou Neusa.

Em relação a esse problema, o subprefeito Edison Vianna afirmou que a solução passa necessariamente pelo alargamento de algumas vias dos bairros. “A gente precisa criar um sistema estrutural estratégico que permita o desenvolvimento econômico do município, sem esquecer da preservação ambiental, é claro”, acredita Vianna.

O calendário com as datas e locais das próximas audiências públicas estão disponíveis no hotsite do Plano Diretor. Na página, também é possível ver o projeto em tramitação e contribuir com a formulação do texto, que deve ser votado no início do próximo ano.

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