Paulistano atribui nota 4,8 para qualidade de vida em São Paulo

 

Pesquisa de percepção dos cidadãos divulgada nesta terça-feira (21) pela Rede Nossa São Paulo, em parceria com o Ibope, registra que os paulistanos atribuem nota de 4,8 para a qualidade de vida e bem estar em São Paulo. Como as notas dos entrevistados podiam variar de 1 a 10, a avaliação ficou abaixo da média da escala, que é de 5,5.

Os dados do levantamento fazem parte da 5ª edição do IRBEM (Índices de Referência de Bem-Estar no Município). A pesquisa aborda 25 temas, tanto os relacionados às condições objetivas de vida na cidade – nas áreas de saúde, educação, meio ambiente, habitação e trabalho – quanto os ligados a questões subjetivas, como sexualidade, espiritualidade, consumo e lazer.

Apenas quatro dos temas pesquisados receberam avaliação acima da média: Relações humanas (6,2), Trabalho (6,1), Tecnologia da informação (5,9), e Religião e espiritualidade (5,7).
O tema Relação com animais ficou exatamente na média da escala (5,5) e todos os demais ficaram abaixo desse número.

As piores notas foram atribuídas pelos paulistanos para Transparência e participação política (3,0), Desigualdade social (3,5), Acessibilidade (3,8) e Segurança (3,9).

O levantamento também revela a avaliação das instituições e, segundo os números apresentados por Márcia Cavallari, CEO do Ibope Inteligência, os paulistanos estão mais rigorosos com os representantes do poder público. Apenas 6% dos entrevistados consideram a atuação da Câmara Municipal ótima ou boa. No caso da Prefeitura, o porcentual de avaliações positivas é de 11%. As Subprefeituras obtiveram 12%.

Márcia destacou que somente 6% da população considera a cidade segura e que há uma insatisfação cada vez maior com a questão da transparência pública. “Enfim, os desafios são grandes para que a cidade de São Paulo possa avançar”, afirmou ela ao final da apresentação da pesquisa.

 

Mapa da Desigualdade da cidade de São Paulo e o fenômeno “rolezinho”

 

Durante o evento, o coordenador executivo da Rede Nossa São Paulo, Maurício Broinizi Pereira, estabeleceu uma relação entre o Mapa da Desigualdade da cidade, que aponta a falta de equipamentos públicos e de oportunidades para a juventude, com o fenômeno “rolezinho”.

“Os números que mostram como São Paulo é desigual e como isso afeta a juventude”, afirmou ele, ao apresentar diversos dados do Mapa. “Dos 96 distritos da cidade, 44 não têm nenhuma biblioteca e 60 não possuem centros culturas”, exemplificou.

 

Oded Grajew, coordenador geral da Rede Nossa Paulo, reforçou a necessidade de a Prefeitura instalar equipamentos e serviços públicos, incluindo bibliotecas e centros de cultura, na periferia. “Temos defendido que é preciso zerar os zeros de equipamentos em todos os distritos”, lembrou. Segundo Grajew, “a cidade não tem futuro se não reduzir as desigualdades”.

Embora tenha confirmado presença no evento, o prefeito Fernando Haddad não compareceu e foi representado pelo secretário municipal de Relações Governamentais, João Antonio.

Em sua avaliação sobre os dados da pesquisa, o secretário argumentou que atual administração municipal está fazendo um grande esforço para ampliar a participação popular e os mecanismos de transparência, citando como exemplo os conselhos que estão sendo instalados. “No próximo dia 25 inauguraremos uma nova etapa: tomam posse os conselheiros participativos eleitos”, destacou.

João Antonio abordou também o combate à corrupção, que de acordo com ele, é parte importante da ação do prefeito Haddad. “A criação da Controladoria [Geral do Município], com independência, tem sido determinante” considerou, antes de complementar: “Uma das funções do Conselho Participativo nas subprefeituras é nos ajudar a combater a corrupção”.

O coordenador geral da Rede Nossa São Paulo concordou que os conselhos participativos poderão ser importantes para melhorar a qualidade de vida na cidade.

Ele, porém, demandou ao representante da Prefeitura duas outras medidas para melhorar a transparecia do poder público municipal: a colocação em prática da lei que estabelece indicadores de desempenho relativos à qualidade dos serviços públicos no município (Lei 14.173) e a apresentação de balanços semestrais do andamento dos itens previstos no Programa de Metas. “As metas foram feitas com ampla participação popular”, reconheceu Grajew, para em seguida registrar: “Mas até agora não temos a informação de como estão indo as metas”.

Três vereadores – José Police Neto, Nabil Bonduki e Ricardo Young – participaram do evento de lançamento da pesquisa, que contou ainda com a apresentação das cartilhas do Projeto Saúde Cidadão.

O Guia de informações sobre os serviços públicos para a pessoa idosa e o Guia de informações sobre medicamentos para a pessoa idosa foram apresentados pela promotora de Justiça 
Anna Trotta.

“As pessoas que mais precisam são as que menos chegam às portas da Justiça e do serviço público”, afirmou a autora do projeto, que teve o apoio da Rede Nossa São Paulo.

 

Repercussão na mídia

 

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