Por ROGÉRIO PAGNAN e ANDRÉ MONTEIRO, da Folha de S.Paulo
O número de homicídios dolosos (intencionais) no Estado de São Paulo caiu em dezembro pelo nono mês seguido e fez 2013 terminar com 10,5 assassinatos por 100 mil habitantes, taxa semelhante à de antes da onda de violência de 2012.
A queda, de 24,5%, foi puxada em boa parte pela capital paulista, na qual houve redução de 36,5%. No ano todo, a diminuição no Estado em relação a 2012 foi 8,2%.
Por outro lado, o Estado também teve o sétimo mês de alta de roubos, o aumento de casos de latrocínio (roubos seguidos de morte) e, conforme a Folha revelou ontem, um recorde de roubos de veículos.
"É um dos indicadores mais baixos da série coletada. Esses indicadores mostram que estamos no caminho certo", afirmou o secretário da Segurança Pública, Fernando Grella.
A taxa de assassinatos no ano passado é igual à de 2010. Só não foi melhor que os resultados obtidos em 2011, quando o Estado chegou com seu melhor índice desde 2001, com 10,1 casos por 100 mil habitantes.
Essa redução foi comemorada pelo governo porque em 2012, com uma guerra não declarada entre policiais e criminosos, as taxas voltaram a crescer e chegaram a 11,5 –o pior resultado desde 2007.
A mudança dessa tendência ocorreu após a queda do então secretário da Segurança, Antonio Ferreira Pinto, no final de 2012. Para especialistas, o ex-secretário não coibia a violência policial, o que influía nos índices de criminalidade de forma geral.
Um dos indicativos disso é a letalidade da corporação ter caído no ano passado em 39% e atingido o menor número em 15 anos, conforme a Folha também revelou, no primeiro ano de Grella.
Do outro lado, as mortes de policiais militares caíram 23%. Em 2012, foram mortos 96 PMs –14 de serviço e 82 no horário de folga. No ano passado, foram 74 mortes (20 de serviço e 54 de folga).
ROUBOS
Se São Paulo consegue controlar os homicídios, o mesmo não acontece com os roubos, que provocam sensação de insegurança.
Os roubos cresceram 21% no Estado em dezembro.
Quanto ao total registrado em 2013, o aumento foi de 8% em relação a 2012. O índice representa 19,1 mil roubos a mais de um ano para outro.
Na esteira dos roubos, também houve crescimento dos latrocínios –10,2% no Estado e de 38,6% na capital.
"Não estamos satisfeitos, principalmente em decorrência do aumento dos crimes contra o patrimônio. São graves e afetam a sensação de segurança", afirmou Grella.
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