Por Lucilene Oliveira, do Diário de S.Paulo
Enquanto os moradores são só elogios para a implantação de sinalização nas ruas na Vila Zatt, na Zona Norte, os comerciantes da Praça 25 de Novembro, também na região, tiveram de negociar a área para estacionamento. A ação faz parte do programa CET no Seu Bairro – a base móvel da companhia vai passar por 70 bairros da periferia até o fim do ano.
“A gente arrumou uma briga hoje de manhã (dia 18) porque não dá para colocar uma placa de proibido estacionar nos dois sentidos. Se o cliente levar uma multa, não vai mais voltar”, disse a comerciante Maria de Cássia Cardoso, de 48 anos.
O engenheiro da CET responsável pela sinalização na Vila Zatt, Francisco Salles Brito Júnior, explicou que, para atender as solicitações, a pintura da canalização do fluxo de automóveis diminuiu – o que permitiu estacionar em um dos sentidos da via.
“Após conversar com o pessoal, achamos de bom senso diminuir a pintura e liberar um lado para o estacionamento. A gente readequou a sinalização e agradou a todos.” Já os usuários de transporte público não ficaram tão satisfeitos com a mudança.
“Como o carro fica na frente do ponto, as pessoas têm de esperar no meio da rua para dar sinal”, afirmou a cabeleireira Mari Barbieri. A SPTrans afirmou à reportagem que vai mudar o ponto de local.
Sinalização de trânsito na Vila Zatt divide opiniões de comerciantes e moradores
Fuga dos fregueses
“Não dá para proibir o estacionamento. Se o cliente levar uma multa, não volta mais.” (Maria de Cassia Cardoso, comerciante)
Quintal livre
“Eu estou adorando isso aqui. Eles vão proibir o estacionamento na frente da minha casa.” (Raquel Perez, dona de casa)
Passageiro na rua
“O carro para na frente do ponto e as pessoas ficam no meio da rua para dar sinal.” (Mari Barbieri, cabeleireira)
Análise: motorista terá de se enquadrar
Por Horácio Figueira, colaborador da Rede Nossa São Paulo
"Com as sugestões dos moradores, a CET vai fazer ações de engenharia de acordo com a necessidade da comunidade local. A base móvel aproxima os moradores dos serviços públicos e incentiva a participação popular. A iniciativa é muito boa e espero que seja ampliada e não fique só nos 70 bairros. O motorista dos bairros terá de se enquadrar porque agora a sinalização também existe em ruas da periferia."
Matéria originalmente publicada no Diário de S.Paulo.