A 3ª Mostra Ecofalante de Cinema Ambiental já tem data definida. De 20 a 27 de março de 2014 os paulistanos poderão conferir longas, médias e curtas metragens focados na temática ambiental, produzidos em diversos países.
Os filmes abordam questões como energia nuclear, o uso de animais como cobaias, organismos geneticamente modificados, urbanismo e a vida nas grandes cidades, extração de recursos naturais e suas consequências para o meio ambiente e para o homem. Dentre os destaques, o celebrado Black Fish, que estreou mundialmente em Sundance em 2013 e pré-selecionado para indicação ao Oscar em 2014 na categoria documentário.
A Mostra traz um set sobre energia nuclear, com destaque para filmes que abordam o desastre de Fukushima, no Japão, e o controverso Pandora’s promise, documentário que defende o uso da energia nuclear como possível solução para a crise climática e de combustíveis fósseis, entrevistando ambientalistas que se converteram a favor desta fonte de energia nos últimos anos.
O meio ambiente nas cidades é também destaque nesta edição. Os filmes selecionados trazem no cerne de suas abordagens a exploração dos recursos naturais, a especulação imobiliária, a forma como edificamos e construímos as cidades e como nos enredamos em um modelo que nos adoece nos grandes centros urbanos e incentiva o acúmulo, ampliando as diferenças sociais e financeiras.
O filme Ecumenopolis aborda o crescimento e a especulação imobiliária em Istambum e aponta a necessidade de uma abordagem holística, questionando não só a transformação, mas a dinâmica por trás dela também. De favelas demolidas a topos de arranha-céus, o filme nos leva a uma longa jornada na cidade sem limites através de entrevistas com os especialistas, acadêmicos, escritores, investidores, moradores da cidade e líderes comunitários.
The Venice Syndrome mostra como Veneza, destino ansiado por habitantes de todo o mundo, vem se tornando inabitável, recebendo em média 60 mil visitantes dentre seus 58 mil habitantes, muitos deles abandonando a cidade por causa do alto custo de vida. Bairros inteiros abandonados à espera de turistas.
I always be a dreamer é um ensaio sobre globalização e ecologia urbana usando como exemplo duas cidades em estados de desenvolvimento contrastantes: Dubai, Emirados Árabes, e Detroit, EUA. Embora essas cidades representem duas eras econômicas diferentes (fordista e pós-fordista), ambas as cidades ilustram vividamente os efeitos das escolhas econômicas e as consequências.
O filme The Human Scale aborda o trabalho do arquiteto dinamarques Jan Gehl, responsável pela mudança de perfil da cidade de Copenhague, na Dinamarca, e demonstra que é possível construir as cidades em outra escala, para as pessoas.
No eixo Povos e lugares, os filmes abordam como a exploração de recursos naturais por grandes corporações afeta a vida de comunidades inteiras. Diferentes formas de interpretar o mundo e os acontecimentos cotidianos em cosmogonias próprias de culturas de diferentes locais estão também presentes na Mostra. Destaque para Forest of the dancing spirits, The creation as we saw it e A river changes course.
Como nas edições anteriores, além da mostra contemporânea, que traz o que de mais novo e melhor vem sendo produzido – muitos dos filmes inclusive participantes de grandes festivais de cinema – haverá uma retrospectiva histórica, uma homenagem e uma mostra infantil.
A retrospectiva histórica trará filmes do diretor e roteirista japonês Kaneto Shindo, que morreu em 2012 aos 100 anos. Nascido em Hiroshima em 1912, Shindo escreveu mais de 200 roteiros e dirigiu 49 filmes, com destaque para “Filhos de Hiroshima”, da década de 1950, que conta a história sobre uma professora que retorna a Hiroshima após o bombardeio atômico. O filme foi projetado na edição do Festival de Cannes de 1953.
O homenageado desta terceira edição da Mostra será o jornalista e documentarista Washington Novaes.
Este ano a Mostra traz ainda duas novidades – a premiação dos melhores filmes latinoamericanos e um circuito universitário, que levará filmes e debates a diferentes instituições de ensino.
Serão premiados os melhores filmes escolhidos por uma comissão julgadora e também por voto popular. As cédulas de votação estarão disponíveis nos locais das sessões, durante o período de realização da Mostra. O circuito universitário será realizado durante o mês de março, envolvendo alunos em debates temáticos. Participam da programação Mackenzie, USP, PUC, Casper Líbero, Fundação Getúlio Vargas, dentre outras instituições.
Os filmes serão exibidos em salas do circuito de cinema da cidade, como Reserva Cultural, Cine Cultura, Cine Olido, Centro Cultural São Paulo, Museu da Imagem e do Som (MIS), Cinusp Maria Antônia e Matilha Cultural.
A 3ª Mostra Ecofalante de Cinema Ambiental conta com ao apoio do Governo do Estado – Secretaria da Cultura, Programa de Ação Cultural 2013, através do qual patrocinam o projeto Eaton e White Martins. O evento conta com apoio do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), Programa de Pós-Graduação em Ciência Ambiental da USP (Procam), Instituto de Estudos Avançados da USP, Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária da USP, Centro Universitário Maria Antônia, Cinusp, Secretaria Municipal de Cultura, Centro Cultural São Paulo, Galeria Olido, Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas, Rede Nossa São Paulo, Instituto Pólis, Instituto Pepsico e Matilha Cultural.
