Por Paulo Toledo Piza
Cresceu 21% o número de pessoas que optam por carro e moto para se deslocar na Grande São Paulo em cinco anos, informou a Secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos. Segundo a Pesquisa de Mobilidade 2012, divulgada nesta segunda-feira (10), foram cerca de 13,6 milhões de viagens por dia útil, contra 11,2 milhões em 2007.
O porcentual é superior ao aumento do uso do transporte coletivo, que cresceu 16% (passando de 13,9 milhões de viagens em 2007 para 16,1 milhões em 2012). A pesquisa ouviu 8.115 pessoas, em 31 regiões, de agosto a dezembro de 2012 e entre março e abril de 2013.
Para o secretário Jurandir Fernandes, as políticas que incentivaram a aquisição de veículos, como redução do IPI e facilidade para o parcelamento do preço do automóvel, foram decisivos para essa discrepância. “Houve muito incentivo ao transporte individual. A própria gasolina teve o preço congelado”, disse. “Agora, se você olhar para o transporte coletivo, o valor do diesel aumentou, assim como o do ônibus.”
A pesquisa também mostra que o meio-dia é o horário de pico na região metropolitana com maior deslocamento, pior do que o rush da manhã e da noite.
Às 12h, cerca de 5 milhões de viagens são realizadas na Grande São Paulo, contra 4,5 milhões de manhã e à tarde. Ao contrário dos horários de manhã e da noite, o principal modo de deslocamento é a pé. Em 2007, o maior deslocamento ocorria de manhã, com 4 milhões de viagens.
O principal motivo para o aumento do fluxo de veículos no horário é a entrada e saída de crianças nas escolas. O horário também recebe um grande número de pessoas que optam por almoçar em casa e que iniciam ou finalizam o expediente.
Fernandes ressaltou três pontos fundamentais para melhorar a fluidez do trânsito: investimento no transporte público, flexibilização de horário de entrada e saída no trabalho e mudanças no uso e ocupação do solo. “Tem que haver mais distribuição de trabalho e escolas, para não concentrar em uma região só. Subcentros nas cidades, com trabalho e escola pertos de casa”, disse.
A frota de carros também cresceu 18% no período pesquisado. Apesar de mais gente optar por Metrô (45%) e trem (62%), o número de passageiros que andam só de Metrô ou trem caiu 3 pontos percentuais.
O levantamento mostra ainda que a população de baixa renda está usando menos o transporte coletivo e mais o individual (queda de 2% para quem ganha até R$ 2,4 mil e de 4% para quem tem renda entre R$ 2,4 a R$ 4,9 mil) . Por outro lado, quem ganha mais está usando mais o transporte público -aumento de 1% para quem ganha entre R$ 4,9 mil e 9,3 mil e 6% para quem tem renda superior a R$ 9,3 mil.
Matéria originalmente publicada no portal do G1