Por Luana Copini
O Instituto Zero a Seis, em parceria com a Rede Nossa São Paulo, lançou ontem (18/03) o programa de Mobilização Brasileira pela Primeira Infância – MOBI. O evento foi realizado no âmbito da Conferência “Educação do Futuro: Amor & Inteligência Criativa”, que segue até amanhã, 20 de março, no SESC Vila Mariana.
O evento contou com a participação de Mauricio de Sousa, criador da “Turma da Mônica”; Mônica de Sousa, filha de Mauricio e inspiração para o personagem; Sebastian Fonseca, idealizador do Núcleo de Artes Cênicas Sebastian, voltado ao ensino de crianças menos favorecidas; Ricardo Patar, presidente do Sindicato dos Comerciários e da União Geral dos Trabalhadores e João Figueiró, médico clínico e psicoterapeura, diretor científico do Instituto Zero a Seis – Primeira Infância e Cultura de Paz e coordenador do GT Criança e Adolescente da Rede Nossa São Paulo.
Na ocasião foi assinado o Pacto Nacional pela Primeira Infância, documento que tem como objetivo reunir todos os setores da sociedade para garantir os direitos da população de até seis anos de idade, além de aplicar melhorias no cuidado e formação das crianças.
O programa de Mobilização Brasileira pela Primeira Infância, promovido pela Rede Global de Educação para a Paz, é um programa de comunicação integrada que visa fortalecer um movimento de exigibilidade cidadã em uma plataforma nacional pela primeira infância, para que todas crianças, em todo território nacional, tenham asseguradas as condições necessárias ao pleno desenvolvimento. “Uma revolução pacífica pelo afeto”, garante João Figueiró.
Os objetivos do MOBI se concentram na criação de um consenso nacional em investimentos na primeira infância, imprescindíveis para erradicar a pobreza, diminuir a violência, propiciar mais desenvolvimento equitativo e ético, e a construção da cultura de cidadania e paz, assim como favorecer a educação e a justiça social.
De acordo com Figueiró, há mais de 100 anos as pesquisas comprovam que os investimentos na primeira infância fazem com que os cidadãos tenham mais consciência de seus direitos e deveres: “Existem bases científicas que comprovam a prevenção da violência e a promoção da cidadania se a criança tiver um bom desenvolvimento durante a primeira infância, sendo assim é a melhor e mais eficaz forma de fomentar a saúde social”.
O médico ainda acrescenta que há razões humanitárias, econômicas e neurocientíficas para se investir nesta faixa etária. “Por que investir na primeira infância? Primeiro por razões humanitárias, segundo por uma questão constitucional, de direitos universais. A primeira infância é um período de vulnerabilidade, uma condição peculiar e extrema. As coisas que não acontecerem neste período não acontecerão mais tarde”.
Para Nina Orlow, arquiteta e coordenadora do GT Meio Ambiente, uma das preocupação na primeira infância também é com relação a construção de uma nova cultura de sustentabilidade. “O adulto depende da criança que foi, da criação que teve, da sociedade, da família, dos investimentos do governo. Teremos adultos melhores se ajudarmos na questão da sustentabilidade desde a infância, ensinando e orientando sobre temas como, meio ambiente, energia, água”.
A Rede Nossa São Paulo se propõe, desde o início de sua fundação, mobilizar a sociedade para tornar São Paulo uma cidade melhor, e uma das questões fundamentais para isso é como trabalhar questões sociais com as crianças. “Se as crianças não forem bem preparadas nesta primeira infância, no ponto de vista de cuidados e desenvolvimento, então não teremos um futuro melhor”, afirma George Winnik, membro do colegiado de apoio da Nossa São Paulo, garantindo que as crianças de hoje serão os adultos que irão conduzir a cidade em um futuro próximo.