Por Adriana Ferraz
A gestão Haddad entrega nesta quarta-feira, dia 26, o texto final do novo Plano Diretor da cidade com mudanças na proposta principal. Para cumprir a promessa feita pelo prefeito Fernando Haddad (PT) de impedir a verticalização em bairros estritamente residenciais, o projeto vai vetar o adensamento populacional em parte dos eixos de transporte, diferentemente do previsto inicialmente.
"Não haverá mais padronização. O plano não permitirá que se construa acima do permitido em bairros formados por casas. A cidade é diferente, não estava certo usar uma mesma fórmula para tudo", disse o vereador Andrea Matarazzo (PSDB), presidente da Comissão de Política Urbana da Câmara. Os vereadores que compõem a comissão receberão o texto no início da tarde, mas só devem decidir sobre sua aprovação na próxima semana.
Para desenvolver vias abastecidas de transporte público, como estações de Metrô e corredores de ônibus, o projeto original liberava a construção de espigões, com área construída quatro vezes acima do tamanho do terreno. "Depois de muita briga, esse coeficiente cairá para 1, ou seja, não será mais possível verticalizar de forma excessiva", disse Matarazzo.
A medida pode proteger bairros como Morumbi e Campo Belo, na zona sul. Residenciais, ambos receberão estações de Metrô e monotrilho e, se o texto antigo fosse mantido, corriam o risco de ganhar espigões. Já o miolo dos bairros, como divulgado por Haddad, terá aval para prédios menores, com oito andares, além do térreo. Limites para vagas de garagem também serão contemplados no projeto.
O texto deve trazer ainda um novo conceito para áreas dotadas de atividades culturais, como teatros, cinemas e galerias de arte. Idealizado para atender às características do centro de São Paulo, o "distrito criativo" abrirá a possibilidade de a Prefeitura estabelecer benefícios para a área, como a concessão de incentivos fiscais como forma de fomento da cultura.
Matéria originalmente publicada no jornal O Estado de S. Paulo