Meta está no Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, que prevê diversas ações, incluindo um programa de educação ambiental. Em junho, serão inauguradas as duas primeiras centrais de triagem mecanizada.
Por Airton Goes, Rede Nossa São Paulo
Atualmente a cidade de São Paulo recicla e reaproveita apenas 1,8% de todo o lixo coletado na cidade. Esse índice deverá subir para 80% até 2033. É isso o que prevê o Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, apresentado nesta quarta-feira (2/4) pela Prefeitura de São Paulo.
Caso o índice seja alcançado, o município, que hoje “enterra” 98% dos resíduos gerados, passará a destinar aos aterros sanitários 20%.
Além das metas a serem atingidas em 20 anos, o documento estabelece objetivos intermediários. Um deles reafirma o que está escrito no Programa de Metas 2013/2016: até o final da atual gestão, a capital paulista deverá reciclar ou compostar 10% do lixo.
“As duas primeiras centrais de triagem mecanizada serão inauguradas em 5 de junho, Dia do Meio Ambiente”, informou o prefeito Fernando Haddad, que participou do lançamento do plano.
Segundo ele, mais duas centrais serão entregues até o final de 2016. “Com as quatro em funcionamento, acreditamos poder cumprir a meta da nossa gestão [10%]”, avaliou.
Haddad garantiu que os catadores de materiais recicláveis não serão excluídos do processo. “Será uma parceria, pois faremos isso sem substituir as centrais manuais”, afirmou. Ele explicou um dos motivos para os catadores estarem incluídos no plano. “Foram eles, os pobres, os mais humildes, que ensinaram à sociedade como proceder nessa questão. O que a gente considerava lixo, eles tratavam como materiais recicláveis.”
Durante o evento, o presidente da Autoridade Municipal de Limpeza Urbana (Amlurb), Silvano Silvério da Costa, destacou que um dos objetivos do plano é estimular o paulistano a fazer, em casa, a compostagem de alimentos e outros materiais orgânicos.
Este mês a Prefeitura começa a distribuir gratuitamente 2 mil “composteiras” – equipamento que transforma restos de alimentos em adubo. “Cerca de 51% do lixo é composto por material orgânico”, relatou.
Em relação aos resíduos da construção civil, a meta da atual gestão é instalar 140 ecopontos, até 2016.
Para o presidente da Amlurb, o plano lançado pela Prefeitura coloca a cidade em sintonia com a Política Nacional de Resíduos Sólidos.
O documento apresentado prevê ainda a implantação, este ano, do Plano Municipal de Educação Ambiental em Resíduos Sólidos. “Sem um processo forte de educação ambiental, de conscientização das pessoas, [o plano] pode não dar certo”, ponderou o secretário municipal de Serviços, Simão Pedro.