Estado vai ganhar trens de passageiros

Por Mariana Missiaggia

Até o fim do ano devem começar as obras dos trens regionais de passageiros no Estado de São Paulo. A primeira etapa do projeto deve ligar a Capital à cidade de Americana, na região de Campinas. A promessa é do secretário estadual dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, que se reuniu ontem com os dirigentes do Conselho de Política Urbana (CPU) e Núcleo de Estudos Urbanos (NEU) da Associação Comercial de São Paulo (ACSP).

De acordo com o secretário, a licitação do primeiro trecho dos trens regionais de São Paulo deve ser lançada ainda neste semestre. A rede inicial de trens regionais terá duas linhas: uma Norte-Sul, ligando Americana a Santos; e outra Leste-Oeste, ligando Taubaté a Sorocaba. A rede integrada de linhas ferroviárias de passageiros abrangerá as cidades de Santos, Mauá, São Caetano, Santo André, Jundiaí, Campinas, Americana, São José dos Campos, Taubaté e Sorocaba, e se conectará a uma estação central na cidade de São Paulo.

“O projeto funcional da linha Norte-Sul já está pronto, em fase de pré-licitação, e as obras do devem ter início até o final deste ano. Podemos considerar municípios como Campinas, Jundiaí, Valinhos e muitas outras da região como cidades-dormitórios", disse Fernandes. "A própria concessionária CCR (que administra o sistema Anhanguera-Bandeirantes) é nossa parceira nesse projeto, pois já enxergou que as rodovias não suportam o fluxo de ônibus e automóveis que diariamente deixam o interior com destino a São Paulo”.

A implantação dos 431 quilômetros de linhas de trens intermunicipais será iniciada nos próximos quatro anos e ainda não tem previsão de entrega.

Metrô

Em relação ao metrô, o secretário garante que o sistema deve ter sua malha dobrada até 2016 – atualmente são 70,6 quilômetros de extensão. Para Fernandes, além do investimento nos trilhos, o volume deve ser dividido por meio da construção de mais corredores de ônibus na cidade.

As obras do monotrilho seguem sem previsão de entrega. A conclusão do trecho de 2,9 quilômetros entre as estações Vila Prudente e Oratório, da Linha 15, já sofreu dois atrasos e deverá ter a previsão atual (maio) adiada novamente.

“O Estado sozinho não resolve o problema se a cidade não estiver mobilizada. A população quer metrô porque se sente seguro e confortável ao utilizá-lo. No entanto, o metrô custa 240 milhões de dólares por quilômetro, o monotrilho custa 110 milhões de dólares e os corredores de ônibus saem por 25 milhões de dólares. Estamos construindo, mas, infelizmente, a velocidade da obra não é correspondente ao investimento”, disse.

“A ACSP sempre que possível, discute novas propostas para contribuir com o desenvolvimento de São Paulo. Por meio da Comissão de Política Urbana e do Núcleo de Estudos Urbanos, temos uma série de trabalhos em conjunto com o secretário na tentativa de salvar a mobilidade de São Paulo dessa situação caótica”, observou o presidente da Facesp e da ACSP, Rogério Amato.

O vice-presidente da ACSP e coordenador da CPU, Antônio Carlos Pela, demonstrou preocupação com a continuidade dos projetos apresentados pelo secretário com as mudanças de gestão. “Precisamos ter foco na mobilidade e não podemos ficar a mercê com a mudança de governos. Temos que garantir que esses primeiros passos tenham sequência nas mãos de outros governantes”, disse.

Matéria originalmente publicada no jornal Diário do Comércio

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