O Sistema Cantareira, que abastece de água parte da Região Metropolitana de São Paulo, está com 10% de sua capacidade de reserva, segundo dados divulgados ontem pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). É a primeira vez na história que o reservatório atinge um patamar tão baixo.
E a quantidade de água armazenada no local não para de diminuir. No domingo, o índice era de 10,1% de reserva. Há uma semana, o Cantareira tinha 11% de água acumulada em suas represas e, há um ano, exatos 62,3%.
O governo Geraldo Alckmin (PSDB), para tentar coibir o consumo excessivo de água pelos consumidores da Grande São Paulo em meio à crise hídrica, aplicará uma multa para os clientes da Sabesp que gastarem por mês mais do que a média mensal do ano passado. Ainda não há data para a aplicação da multa. O tucano negou que haverá racionamento de água em São Paulo.
Ontem, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, disse que a situação do Sistema Cantareira, é "sensível". Ela evitou, porém, afirmar se a queda no nível significa que será preciso haver racionamento de água. "A situação é sensível, e chama a atenção porque está muito abaixo das mínimas históricas do reservatório", disse a ministra.
Supermercados
O governador Alckmin anunciou um acordo com a Associação Paulista de Supermercados (Apas) para reduzir o consumo de água nos cerca de 8 mil estabelecimentos comerciais do tipo na Região Metropolitana de São Paulo. "Assinamos com a Apas um protocolo onde a Sabesp vai fazer uma parceria para o uso racional da água para evitar desperdício e ter um consumo menor. Com isso, eles vão ter também um ganho financeiro", disse.
Segundo o governador, entre as medidas que serão viabilizadas por meio do acordo estão treinamento de pessoal de manutenção para pesquisa de vazamentos e curso de uso racional de água para os vários setores da rede supermercadista. Alckmin não informou a meta de redução para os supermercados nem o volume de água consumida por esses estabelecimentos.
Matéria originalmente publicada no jornal Diário do Comércio