Por Artur Rodrigues
Em seu primeiro ano de funcionamento, a CGM (Controladoria Geral do Município) de São Paulo detectou irregularidades em contratos que somam mais de R$ 20 milhões nas áreas de educação, esportes e serviços.
Criado em maio do ano passado pela gestão Fernando Haddad (PT), o órgão com 122 funcionários e orçamento de R$ 9 milhões foi responsável pela descoberta da chamada máfia do ISS.
Segundo as investigações, o grupo de fiscais suspeitos de cobrar propina para reduzir o imposto de empresas causou um prejuízo que pode chegar a R$ 500 milhões.
A CGM também fez auditorias em ao menos 23 contratos. O maior deles com indícios de irregularidades é avaliado em R$ 15 milhões, para distribuição de tênis a alunos da rede municipal.
Desse total, a prefeitura chegou a pagar R$ 6 milhões à empresa Vulcasul por calçados que rasgam e têm o solado descolado rapidamente.
Segundo Mário Spinelli, controlador-geral do município, a pasta também investiga 62 servidores suspeitos de corrupção e de outros crimes.
Entre eles, 36 têm patrimônio milionário -alguns precisariam trabalhar até 400 anos para acumular os bens.
Nos últimos 12 meses, as investigações resultaram na prisão de 11 servidores. "Cinco foram pegos recebendo dinheiro", afirma Spinelli.
Os servidores presos são de secretarias diferentes, como Verde e Meio Ambiente, Subprefeituras e Habitação. No entanto, todos fazem parte da área de fiscalização.
De acordo com o controlador-geral, dos 122 funcionários do órgão hoje, a maioria atua na Ouvidoria e apenas 40 trabalham integralmente nas investigações.
Até o ano que vem, a prefeitura quer contratar mais cem pessoas.
Matéria originalmente publicada no jornal Folha de S. Paulo