Mesmo com as chuvas do fim de semana, o nível das cinco represas do sistema Cantareira caiu. Entre sexta-feira (23) e ontem (25), as águas baixaram 0,1%, e o índice do volume armazenado ficou em 25,6%.
Como a Sabesp atualiza suas medições apenas pela manhã, os dados divulgados não consideram a chuva de ontem à tarde, que não foi expressiva perto das represas, que ficam no nordeste do Estado.
Choveu um pouco mais na capital, o que não interfere no armazenamento de água do sistema Cantareira.
Há dez dias, a Sabesp começou a usar a água do volume morto, reserva armazenada abaixo dos pontos de captação, para evitar o racionamento em metade da Grande São Paulo neste ano.
De lá para cá, o volume das reservas do Cantareira baixou 1,1%,queda um pouco menor que a registrada na primeira metade do mês. Nos dez dias anteriores ao início do bombeamento do volume morto, as represas do sistema tiveram queda de 1,6%.
Médio prazo
Sem as chuvas de maio e com a chegada do inverno geralmente seco na região dos reservatórios do Cantareira, o uso da água do volume morto é a única solução, no médio prazo, para as torneiras da capital não secarem.
Segundo o governo do Estado, a redução no consumo de água estimulada pelo desconto na conta e o remanejamento de sistemas que abastecem certas regiões da cidade também estão sendo fundamentais para impedir o racionamento neste ano.
O uso do volume morto, segundo especialistas, poderá ser muito negativo para o Cantareira caso o próximo verão não seja chuvoso o suficiente para repor o sistema.
Caso o nível baixe muito rápido nos próximos meses, existe o risco de os órgãos federal e estadual do setor reduzirem, por via legal, a captação de água das represas.
Matéria originalmente publicada no jornal Folha de S. Paulo