Os vereadores da Câmara de São Paulo aprovaram nesta quarta-feira o fim do rodízio de veículos na capital paulista. O projeto, porém, deve ser vetado pelo prefeito Fernando Haddad (PT).
A aprovação durou menos de um minuto e ocorreu numa votação simbólica, quando os vereadores votam rapidamente projetos em que há acordo para aprovação e também os considerados menos importantes, como nome de ruas.
Os projetos mais importantes vão ao Plenário na chamada "votação nominal", ou seja, todos os vereadores votam. Dessa vez, porém, nenhum parlamentar pediu votação nominal.
Até o autor da proposta, vereador Adilson Amadeu (PTB), ficou surpreso com a aprovação. "Eu acho que eles estavam distraídos", disse. Ele afirmou que, como as pessoas passaram a ter vários carros, o rodízio não cumpre mais a sua função.
O líder do governo, Arselino Tatto (PT), afirmou que Haddad deve vetar o projeto. "Não havia acordo para a votação dele. Foi em votação simbólica. Se fosse nominal, não haveria nem quórum", disse.
A medida vai na contramão da gestão Haddad. Em janeiro, a prefeitura anunciou a ampliação do rodízio. A ideia era que a restrição, hoje vigente em todo o centro expandido, fosse ampliada para as principais avenidas que ligam a periferia ao centro da cidade.
A ampliação, prometida para abril, foi adiada e ainda não tem data para ser implementada.
Em dezembro de 2007, a Câmara aprovou no mesmo dia e na mesma sessão um projeto de lei que ampliava o rodízio e um outro que acabava com a restrição à circulação de veículos.
A aberração legislativa ocorreu em meio a um acordão para aprovação em massa as propostas de vereadores.
Matéria originalmente publicada no jornal O Estado de S. Paulo