Espaço em Itaquera saiu de projeto, mas movimento cobra aprovação separada; Líder dos sem-teto promete levar 15 mil pessoas à Câmara para pressionar pela regularização da área.
A retirada do Plano Diretor da regularização do terreno Copa do Povo, invadido por sem-teto em Itaquera (zona leste), causou um impasse para a base da gestão Haddad (PT) na Câmara.
Na semana passada, os vereadores fizeram um acordo com a liderança do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto): a regularização da área seria retirada do plano, mas seria incluída em um outro projeto a ser votado antes ou junto com ele.
O acordo foi uma forma de tentar atenuar a resistência da oposição –que é contra a inclusão da proposta no Plano Diretor– e, ao mesmo tempo, atender aos sem-teto, que ameaçam novos protestos.
Ontem (16/6), porém, a base de Haddad ainda não havia conseguido viabilizar a estratégia. O discurso oficial é de que um projeto de lei será apresentado em breve especificamente sobre esse terreno, que só após uma mudança de zoneamento poderá ganhar casas populares.
O impasse ameaça as discussões do Plano Diretor.
O coordenador do MTST, Guilherme Boulos, diz que aceitaria a transformação da Copa do Povo em projeto separado. "Mas a votação deve ser feita no mesmo dia da do Plano Diretor." Ele diz que pretende reunir 15 mil pessoas no dia da votação.
Nesta segunda (16), petistas tentaram sem sucesso adicionar a regularização do terreno a três projetos que tramitam na Câmara.
A base de Haddad propôs incluir a proposta em um projeto de Laércio Benko (PHS) que prevê mudança no zoneamento no Alto da Lapa (zona oeste). Benko aceitou, mas a oposição não. Para Floriano Pesaro (PSDB), a medida posicionaria os sem-teto na frente de outras pessoas que esperam por moradia.
Nas outras tentativas, José Police Neto (PSD) e Eduardo Tuma (PSDB) não quiseram ver interesses dos sem-teto ligados a seus projetos.
Matéria originalmente publicada no jornal Folha de S. Paulo