Prefeitura afirma que triplicará serviço, presente hoje totalmente em 14 distritos; Aumento será possível por causa de duas centrais de triagem mecanizadas, uma a ser inaugurada hoje (16)
Por Artur Rodrigues
A Prefeitura de São Paulo diz que vai triplicar a coleta seletiva porta a porta até o fim de 2014, passando a fazer o serviço em oito novos distritos e ampliando o atendimento para todas as ruas de outros bairros. Com o reforço, a capital passará ter atendimento em 83 dos 96 distritos –40 deles em 100% do território. Hoje, são 75 (14 totalmente).
O aumento será possível com a inauguração de duas centrais de triagem mecanizadas: uma em junho, na Ponte Pequena (zona norte), e outra nesta quarta (16), em Santo Amaro (zona sul).
Cada nova unidade tem capacidade para processar 250 toneladas de material por dia, o equivalente a todo o trabalho manual feito hoje pelas 21 cooperativas de catadores conveniadas à prefeitura.
O prefeito Fernando Haddad (PT) afirma que serão distribuídos panfletos para que a população passe a separar os materiais. "Vamos depender de uma mudança de comportamento da população, que desconfiava da coleta seletiva porque não havia capacidade de processamento."
Segundo ele, antes das centrais, parte dos materiais reciclados ia parar em aterros sanitários com o lixo comum. "Agora, a oferta do serviço é maior do que a demanda."
Os novos distritos atendidos serão Campo Limpo, Capão Redondo, Pedreira, Cidade Dutra, Grajaú e Jardim São Luís, todos na zona sul, além de Ermelino Matarazzo e Ponte Rasa, ambos na zona leste.
O galpão que será aberto nesta quarta tem 4 km de esteiras, com leitores óticos e capacidade de separar os materiais por tipo, cor ou dimensões. O nível de aproveitamento é de 60% do material.
O gasto com a nova central é de R$ 33 milhões. A expectativa é arrecadar R$ 1,6 milhão/mês com a venda de alumínio, plástico, vidro e outros recicláveis da unidade.
Segundo o secretário de Serviços, Simão Pedro (PT), um saco para reciclagem com cor diferente será produzido com o material das próprias centrais. A embalagem, que deve ser vendida, terá as instruções sobre reciclagem.
A prefeitura começou ainda um programa para distribuir kits para que a população faça compostagem caseira de lixo orgânico. Cerca de 7.000 pessoas já se inscreveram para recebê-lo. Pelo método, o lixo é transformado em húmus, com uso de minhocas.
Matéria originalmente publicada no jornal Folha de S. Paulo