Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo pediu para retirar segunda cota do volume morto do Sistema.
Por Fabio Leite e Jose Maria Tomazela
Após pedir aos órgãos reguladores autorização para retirar uma segunda cota do volume morto do Sistema Cantareira, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) admitiu que a recuperação do principal manancial paulista pode levar três anos.
“Tem de chover no período de verão próximo da média para sobreviver. Em 2003 e 2004, o Cantareira se recuperou em três anos. Portanto, não será uma recuperação anual. Pode ocorrer, mas o homem ainda não controla o clima”, disse o diretor metropolitano da empresa, Paulo Massato.
Os anos citados pelo dirigente marcaram a última estiagem do manancial. À época, o nível do sistema chegou ao que hoje seria aproximadamente 20% da capacidade. Ou seja, cenário melhor do que o atual. Nesta terça-feira, 29, o manancial estava com 15,7%, mas graças à primeira cota de 182,5 bilhões de litros do volume morto. O pedido para captar mais 116 bilhões da reserva será discutido nesta quarta pelos órgãos reguladores.
Por causa do risco de colapso do sistema, o Ministério Público Federal (MPF) recomendou que o governo Geraldo Alckmin (PSDB) implemente racionamento de água imediato nas regiões abastecidas pelo Cantareira. São 8,8 milhões de pessoas na Grande São Paulo. “Rodízio hoje seria a pior solução para a população de São Paulo e para a Sabesp”, disse Massato.
Interior
Em Itu, na região de Sorocaba, o Ministério Público Estadual (MPE) recomendou à prefeitura a decretação de estado de calamidade pública por causa da falta de água. Com os reservatórios quase secos, os 156 mil moradores convivem com o racionamento desde fevereiro. Alguns bairros ficam até três dias sem água.
O MPE vai apurar a responsabilidade da prefeitura ou da concessionária de saneamento na crise. A prefeitura informou que está buscando alternativas para solucionar os problemas e a empresa Águas de Itu afirmou que está adotando medidas para manter o abastecimento emergencial.
Matéria originalmente publicada no jornal O Estado de S. Paulo