Segundo cálculo da própria Sabesp, a primeira reserva, que tem 182,5 bilhões de litros de água, deve se esgotar em outubro
Por FABIO LEITE – O ESTADO DE S. PAULO
O Departamento de Águas e Energia Elétrica de São Paulo (DAEE) autorizou a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) a iniciar as obras necessárias para a retirada da segunda cota do “volume morto” do Sistema Cantareira e a primeira parte da reserva profunda do Alto Tietê.
Os dois principais mananciais paulistas, que abastecem mais de 10 milhões de pessoas na Grande São Paulo, atravessam sua pior estiagem. Nesta terça-feira, 12, o Cantareira estava com 13,6% da capacidade, graças à primeira cota do volume morto, e o Alto Tietê com 18,6%. A Sabesp deve comprar em breve 19 bombas flutuantes para fazer a captação inédita nos dois sistemas.
No Cantareira, a Sabesp havia apresentado em julho ao DAEE e à Agência Nacional de Águas (ANA) uma proposta para retirar mais 116 bilhões de litros do fundo das represas Jaguari-Jacareí, na região de Bragança Paulista, e Atibainha, em Nazaré Paulista. Um novo estudo, porém, mostrou dificuldades operacionais no plano e o volume pode ser reduzido para 105 bilhões de litros.
A primeira cota do volume morto liberada pelos gestores do manancial foi de 182,5 bilhões de litros e começou a ser retirada no início de junho. Até esta terça, 74 bilhões de litros já haviam sido captados dos reservatórios. Segundo cálculo da própria Sabesp, a primeira reserva deve se esgotar em outubro.
No Alto Tietê, que entrou em crise por causa da seca e da reversão de suas águas para bairros atendidos pelo Cantareira, a Sabesp pretende retirar 25 bilhões de litros nas represas Biritiba-Mirim e Jundiaí, na região de Suzano.
Matéria publicada originalmente no jornal O Estado de S. Paulo.